24.7.18

Na próxima vida quero ser Ursa

Nesta vida eu sou uma mulher. Na minha próxima vida, eu gostaria de voltar como uma URSA. Quando somos ursos, hibernamos. Ou seja, durante 6 meses não fazemos mais nada que não seja hibernar. Acho que lidaria bem isso.

Antes de hibernar, ia comer como uma desalmada. Também acho que lidaria bem com isso.

Enquanto jovem ursa, daria à luz os filhotes (que são do tamanho de nozes). Enquanto dormia, os meus filhotes cresciam e iria acordar com eles parcialmente crescidos e muito fofinhos. Eu definitivamente lidaria bem com isso.

Quando somos mamãs ursas, toda a gente sabe que falamos a sério, que afugentamos quem incomoda os nossos filhotes. Se os filhotes saírem da linha, também apanham da mamã ursa. Eu lidaria bem com isso.

Quando se é uma ursa, o seu companheiro já está à espera que acorde a resmungar. Ele já está à espera que tenha pêlos nas pernas e excesso de gordura.

É isso mesmo! Vou ser uma URSA!

20.7.18

Lixo na praia

Já não vinha ao Algarve há uns anos e o que mais me surpreendeu foi perceber que as praias continuam tão sujas como antes. Aliás, estão aparentemente limpas, mas ao caminharmos percebemos as pontas de cigarro, os papéis, tampas de garrafas de plástico, caricas... Apesar de todos os caixotes do lixo estrategicamente colocados, os veraneantes ainda não perderam o mau hábito de esconder o pequeno lixo na areia.
Assumi o compromisso pessoal de apanhar todo o lixo que encontrasse no meu caminho. Saquinho na mão, apanhei um pouco de tudo e, felizmente, não cheguei a encher o saco.
O que mais me chocou foi quando um vendedor jovem de Bolas de Berlim parou mesmo ao lado dos Nadadores Salvadores para descansar um pouco e dar dois dedos de conversa enquanto fumava um cigarro. Acabado o cigarrito, toca a deitá-lo na areia e apressadamente seguiu o seu caminho. Fiquei mesmo revoltada! Como é que pessoas que vivem da praia não a respeitam como ela merece? Uma praia com bandeira azul! Fui ter com os nadadores-salvadores e demonstrei o meu desagrado, até porque o cigarro foi para o chão mesmo ao lado deles. Responderam-me que já tinham falado com o senhor em causa e que iam voltar a fazê-lo. Expliquei que não tinha qualquer intençáo de humilhar a pessoa, mas havia havia caixotes do lixo espalhados por todo o lado e não havia mesmo qualquer necessidade de colocar lixo no chão.
No dia seguinte, voltei à praia e lá andava o vendedor de bolas de berlim. Ele e outros 3. Parou novamente junto dos nadadores-salvadores para a pausa para o cigarro. Quando terminou, foi colocá-lo no lixo. Aproximei-me dele propositadamente, comprei 2 bolas de berlim para as miúdas e, antes que ele fosse embora, falei-lhe no cigarro e agradeci-lhe por tê-lo colocado no lixo. Paraceu envergonhado, mas espero que seja menos um a deixar lixo na praia.

6.7.18

Crianças com QI acima da média

Hoje conversava com uma amiga que, muito angustiada, me confessou que o filho foi diagnosticado como sendo “sobredotado”. Todos queremos tanto que os nossos filhos sejam precoces e bons no que fazem, mas este é um desafio para o qual nenhum pai ou mãe estão preparados.
O menino só foi para o Jardim de Infância com 5 anos - contava mal até 20, não sabia desenhar e conhecia meia dúzia de letras. 3 meses depois, a minha amiga é chamada à escola por suspeitas da criança ser hiperactiva. Fizeram testes neuropsicológicos e o menino tinha um QI de quase 140. A média para a idade seria de 90. 3 meses depois de entrar no Jardim de Infância, já lia sozinho, já sabia contar até 100.000 e calcular... Fez 2 anos em 3 meses!
60% destas criancas (enfants zèbre como lhes chamam no país onde vivem) acabam por nem concluir o 12.º ano. O sistema não está preparado para crianças assim. Nem os pais. Estes pais estão angustiados por não saberem como lidar com uma criança especial. Estão preocupados porque nunca se aperceberam de nada, não viram nenhum sinal de alarme, apenas viam uma criança muito agitada, como muitos são. Esperavam um diagnóstico de problemas de concentração ou de hiperactividade, mas nada disto. Foi uma surpresa total. Os pais estão inseguros porque não notaram os sinais, mas a verdade é que a maioria dos sobredotados não sabe que o é e não está diagnosticada.
O menino de 5 anos passou directamente para a primária, mas continuava a ser o menino de 5 anos, com os amiguinhos da mesma idade. Estão a avaliar se terá que passar mais outro ano à frente ou não. Nova perda de amigos. O preocupante é que apesar do menino ser intelectualmente desenvolvido, a sua parte emocional pode não acompanhar. Gerir essas frustrações é um desafio para professores e, sobretudo, para os pais.
Como é que os pais podem ajudar?
- proporcionar um ambiente com recursos que continuem a estimular a criança;
- evitar a supervalorização e as expectativas quanto ao desempenho da criança; ela mesma, em geral, já é muito exigente, e os pais devem aceitar falhas e ajudar a criança a enfrentar dificuldades de qualquer ordem;
- ajudar a criança a lidar com frustrações emocionais; apesar do sobredotado não passar por dificuldades no aspecto académico, o fracasso faz parte de outros contextos da vida, e prepará-lo para isso é favorecer seu desenvolvimento emocional saudável;
- não se esquecer de que, embora possua capacidades avançadas para sua idade o a criança sobredotada deve ser tratada de acordo com a sua faixa etária de desenvolvimento.
Tudo o que é fora do normal nos assusta. Mais ainda quando a vida nos brinda com uma situação mais ou menos rara. Esta mãe, a minha amiga, tem receio de não estar à altura, mas não tem nada que temer. Ela é uma mãe fantástica e vai saber cuidar do seu menino. Claro que não vai poder desabafar ou aconselhar-se com uma amiga ou outra mãe sobre esta ou aquela situacão porque a maioria de nós não tem de lidar com isto. Aliás, eu nunca conheci ninguém sobredotado e só ouvi falar de um aluno que frequentava uma escola onde dei aulas. Por isso, o melhor que soube dizer à minha amiga foi que ouvisse o seu menino e que ele saberia guiá-la. Não há melhor instrução e conhecimento do que o coração de uma mãe. ♥️

9.6.18

Os meus cachinhos da Novex

Os caracóis são tão fofinhos, mas eu ando farta deles! Comigo resolvo o problema com alisamentos. É espectacular! Posso deixar secar o cabelo ao natural e fica liso e brilhante. Não há cá horas a secar o cabelo, pranchas, escovas...
Com a minha filha é diferente. Herdou o meu cabelo fino e fácil de embaraçar e os caracóis a dois ou três familiares com caracóis. Combinação de sonho! Basta andar na cadeira do carro para chegar ao destino com um emaranhado de rastas na parte de trás da cabeça. Bom, mas isso é numa viagem de 15 minutos, porque uma noite de sono dá direito a rastas por toda a cabeça! Pentear o cabelo molhado também não é pêra doce. Só o acto de lavar o cabelo e o misturar provoca uma bela bola de pêlo. E não há amaciador que resulte.
Esta semana vi uma publicidade sobre o produto "Os meus cachinhos" da Novex e resolvi encomendar o champô, o amaciador e o spray desembaraçante. Foi super rápido e foram muito simpáticos porque ainda mandaram umas amostras.
Estava mesmo ansiosa por experimentar, no entanto é bom estar consciente que não são champôs e amaciadores que vão alterar o tipo de cabelo com que nascemos. Então, vamos lá à review do produto:
O champô é muito macio, não é muito fácil de espalhar porque tive que aplicar umas 3 vezes. Depois apliquei o amaciador e deixei actuar. Quando saiu do banho, o cabelo continuava com o emaranhado habitual. Ainda faltava um passo: o spray desembaraçante. Ora o spray não é tão líquido quanto os outros sprays que já usei. É uma espécie de creme, por isso temos que aplicar mais vezes, no entanto há mais produto no cabelo.
Resultado: penteei o cabelo com facilidade. O cheirinho que ficou no cabelo é muito bom. Um dia depois e ainda cheira bem. Apesar dos produtos serem mais densos do que o habitual, o cabelo ficou muito solto, brilhante e suave. Das próximas vezes, vou experimentar apenas o spray e ver se é eficaz sozinho ou se é fundamental usar os 3 produtos.

3.5.18

O medo de me perderes

Sempre tive muito respeitinho pela morte e receei-a toda a minha vida. Tinha medo de perder quem amava. Continuo a ter esse medo, mas agora o que se sobrepõe é mesmo o medo de EU morrer. Não por eu morrer, mas por tu, minha querida filha, me perderes. Acho que todos os dias penso nisso e esforço-me por te tornar mais autónoma, por encontrares âncora noutras pessoas que não apenas eu. Tu só me queres a mim, dizes que me adoras, que só gostas de mim e isso ainda me preocupa mais. Que seria de ti, meu amor? Eu sei que nada te faltaria, que te iam rodear de tanto amor e protecção... mas e a minha ausência? Como superá-la? Por isso, te digo que te amo todos os dias, a toda a hora, faço questão de estar sempre que possível contigo e que saibas que estou contigo mesmo quando não estou. Não sei qual será o maior sofrimento... se o de uma mãe que perde um filho ou de um mãe que sabe que o seu filho a vai perder... E eu sou uma sortuda e sou muito grata pelo que tenho. Tenho mãe, tenho filha, estamos todas bem, graças a Deus, mas não consigo deixar de pensar nisto... É coisa de Mãe, não é?

23.4.18

4 anos

Este ano as celebrações do aniversário da Maria Victória foram especiais por vários motivos. O primeiro foi ter festejado com os coleguinhas da escola. Como só entrou para o infantário em setembro nunca tinha tido esta oportunidade. Foi tão bonito! Optei por um bolo muito simples, pouco doce e com cobertura de natas vegetais. Fez um sucesso e não sobrou quase nada. Cantaram os parabéns, dançaram, encheram balões, rebentaram balões e foi tudo muito simples e bonito!

À noite, jantámos com os avós e soprou as velas mais uma vez.

A festa mais divertida estava reservada para o fim de semana. Convidámos todos os amigos e coleguinhas da escola e só a chuva não permitiu que fosse ainda mais divertido, com insufláveis. Mas, como as crianças não se deixam afectar pelas condições atmosféricas, animação não faltou ao longo da festa. O bolo era um red velvet com frutos vermelhos e cobertura de natas vegetais. Ela adorou, todos se divertiram, por isso a missão foi cumprida.
Agradecemos a todos os que contribuíram para estes dias fossem tão felizes.

6.4.18

Tom Sawyer

Qualquer pessoa da minha geração cresceu a ver o Tom Sawyer. Sim, naquele tempo em que só havia 2 canais na TV - eu, por acaso, até tinha mais porque apanhava alguns canais espanhóis - e esperávamos ansiosamente pela hora da bonecada. Se houvesse algum atraso, azar, não dava para puxar atrás. Então, acho que crescemos a valorizar muito os desenhos animados. Não é como agora que há uns 20 canais exclusivamente para crianças e eles dão-se ao luxo de fazer zapping ou simplesmente passar para o YouTube.
Num destes dias de férias da Páscoa, já incomodada com a porcaria que a minha filha estava a ver no tablet, tomei os comandos do aparelho e apresentei-lhe o Tom Sawyer. O Tom Sawyer e o Huckleberry Finn do Mark Twain são personagens apaixonantes e a Maria Victória está rendida a eles. Como não estar? Para já, acha estranho eles não usarem sapatos, irem a pé para a escola e as palmadas que o Tom apanha constantemente do professor. Todas as noites vemos um episódio juntas e é um prazer rever os desenhos animados da minha infância com a minha pequenina. Pés descalços, banhos no riacho, brincadeiras com os amigos na rua, ajudar nas tarefas domésticas... nada de purpurinas, cães e gatos a falar e super-poderes. Tão bom!

2.3.18

Presentes para a Educadora

Nunca fui muito boa a escolher presentes para quem não conheço bem. E então escolher à pressa ainda é pior.

No último Natal, estava cheia de trabalho e mal dei conta já estávamos na festa de Natal da escola. Então precisei de escolher qualquer coisa rapidamente e que tivesse algum significado. Não gosto de dar só por dar.

Fiz uma pequena pesquisa e encontrei o presente ideal. Com a história da pressa, não consegui sequer tirar fotos porque foi tudo feito mesmo em contra-relógio. No entanto, como nos estamos a aproximar de outra altura em que damos presentes aos professores ou educadores, achei que seria interessante partilhar esta ideia.

Criei esta imagem e o texto. A Maria Victória coloriu o desenho e colocámos num vasinho. Oferecemos outro à senhora auxiliar também.

Estas pessoas desempenham um papel fundamental na vida das nossas crianças e acho que devemos agradecer-lhes por isso. A plantinha simboliza a criança que ajudam a crescer todos os dias.



19.2.18

As memórias

Já investi muito tempo neste blogue. Comecei quando estava grávida, com tempo, com muitas novidades para contar e partilhar. Havia novidades todos os dias e quis deixar este registo para mim e para a minha filha. 4 anos depois, a realidade alterou-se completamente. A atenção que uma criança de 3 ou 4 anos exige é imensa e não sobra tempo para muito mais. 

Já tive a oportunidade de me tornar mais uma blogger, como tantas outras. Não vou querer ir por aí. Já recusei vários convites, algumas parcerias que não me interessavam. A minha vida não é isto. Sou uma mãe como vocês. Tenho o meu trabalho, as minhas responsabilidades, as minha filha e as minhas necessidades. Ser "forçada" a vir ao blogue para escrever para prender os leitores não é muito a minha "cena". Já cheguei à conclusão que é preferível viver as situações e partilhá-las com quem estamos a vivê-las, do que que vir para aqui exibi-las. Nem é tanto exibir essas vivências, é o tempo que perco a falar delas. Como a minha filha já tem quase 4 anos, já vai guardar muitas recordações do tempo que passamos juntas. Ou seja, não há necessidade que eu as escreva para que ela saiba o que aconteceu. Prefiro que ela me recorde a brincar ou a cozinhar com ela, do que leia que fez isso comigo sem ter qualquer memória disso.

Não vou fechar o blogue porque não consigo. É a minha história enquaro mãe da minha linda filha. No entanto, não vou alinhar na onda de "bloggers" e falar de tudo e de nada só para preencher espaço.

Gostaria de vos agradecer por estarem desse lado desde o início e pelo carinho que por nós têm. Acreditem que é recíprico! No entanto, por mim e por vós, vou passar a ser mais selectiva com os conteúdos partilhados. As redes sociais estão cheias de lixo e nós passamos imenso tempo a ver esse mesmo lixo. Temos que ser mais criteriosos com o que lemos porque o nosso tempo é preciso e deve ser usado para nos enriquecermos e para o gastarmos com quem amamos. 

Obrigada!



26.1.18

Novo projecto, nova vida


Acho que acontece com muitas mães. Assim que temos um filho, começamos a repensar a vida, já não gostamos do que fazemos, queremos é estar em casa com os bebés e desatamos a ser empreendedoras. As que não são empreendedoras, aposto que pensam em ser e falta-lhes é ideias. É muito comum mães começarem actividades associadas a crianças. Também pensei nisso, mas não sei fazer nada, por isso logo afastei a ideia.
A determinada altura subscrevi as newsletters de um grupo de mães empreendedoras no Brasil. Faziam webinars, workshops online e estavam sempre a mandar emails. Era uma coisa muito incómoda porque recebia emails todos os dias e deixei de subscrever aquilo. No entanto, não deixei de pensar numa coisa que elas diziam sempre: procurem fazer algo que vos apaixone e que saibam fazer. É aí que reside a questão toda. Ora, eu sei fazer muito poucas coisas. Manualidades, zero, cozinha, zero. Só sei escrever, então vamos lá continuar o blogue. Mas o blogue não me dá dinheiro e gosto de vir cá escrever quando quero e quando posso. Fazer disto uma profissão deve ser aborrecido porque temos que arranjar maneira de ter conteúdos novos todos os dias, conteúdos apelativos e até conteúdos encomendados... Depois comecei a pensar naquilo que me apaixona. E então o que me apaixona são roupas, sapatos, acessórios, coisas de gaja, portanto. Estava fora de questão abrir uma loja física. Há demasiadas despesas fixas para um mercado tão instável como o da moda e com tanta concorrência. Então pensei naquilo que me apaixona mesmo: que são as peças feitas marcas premium, aquelas às quais é tão difícil chegar porque têm preços proibitivos. Ou não. Porque é que a pessoa comum não há-de poder comprar uma peça de luxo? Foi assim que criei a MissVintage.

A MissVintage é um conceito inovador em Portugal, apesar de já haver no estrangeiro. Vejam este vídeo.
Na MissVintage podemos colocar os nossos artigos de luxo à venda e esperar que alguém compra. Os artigos são publicados no website. A nossa equipa de especialistas avalia as imagens, preços e a descrição do artigo feita pelo utilizador, de forma a assegurar que o artigo é de alta qualidade, que se mantém atual e dentro das tendências e adequado à estação.
O vendedor pode ajustar o preço, adicionar mais detalhes e interagir com a MissVintage.
Às quantias recebidas pelo comprador são deduzidas os seguintes quantias:
- comissão da MissVintage (25% do valor de venda)
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Depois do artigo ser vendido, o vendedor deverá enviá-lo para a sede da MissVintage, com comprovativo de envio por e-mail. Também poderá optar pela recolha, agendada por nós, com seguro adicional. Uma vez na sede, a nossa equipa de Controlo de Qualidade vai comparar cuidadosamente o produto com a descrição original do artigo: verifica a qualidade (dos materiais, metais, costuras, fechos, forros, botões, solas e saltos dos sapatos, etc...) e procura qualquer sinal de que o produto possa não ser autêntico.
Caso tudo esteja em conformidade, o artigo é cuidadosamente embalado e enviado imediatamente ao comprador. Caso contrário, o artigo será devolvido ao vendedor. A compra é cancelada e o seu valor é devolvido na totalidade ao comprador.

Porquê escolher a MissVintage para vender os seus artigos?
- a nossa comissão é a mais baixa do mercado
- não vendemos à consignação
- até ser vendido, o artigo fica na posse do seu dono
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- a compra e a venda são feitas em segurança

asseguramos a privacidade de comprador e vendedor
- temos uma equipa de Controlo de Qualidade que inspeciona o produto, antes de chegar às mãos do comprador, garantindo que compra mesmo o que está anunciado.

Este é o primeiro website em Portugal com este conceito, que já é um sucesso noutros países. Em Portugal, há várias lojas com vendas do género à consignação (com comissões à volta de 50%). Para além disso, essas lojas estão situadas no Porto ou em Lisboa, o que inviabiliza a compra para muita gente que não vive nessas metrópoles. Com a www.missvintage.pt pretendemos democratizar a moda de qualidade e disponibilizar o luxo e a qualidade a todos, de forma sustentável e acessível. 

Gostava que me visitassem nas redes sociais e no site. Temos lá peças de perder a cabeça, lindas de morrer, de marcas de sonho e a preços fantásticos. Até já!

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www.missvintage.pt 



24.1.18

A mamã foi à escola

O Jardim de Infância da Maria Victória fica na nossa área de residência, a uns 300 metros de casa. No entanto, ela até tem transporte para a escola que passa à porta de nossa casa. E vem sempre almoçar a casa, também no transporte. Um luxo, não acham? Pois é, vantagens de se viver em Trás-os-Montes e na periferia da cidade de Vila Real.
É que apesar de o JI mais parecer uma creche muito familiar e acolhedora, há um esforço da comunidade escolar, e até da comunidade em geral, para que todos participem na educação destes meninos.
Desde o início que os pais são convidados a ir à escola fazer qualquer coisa com as crianças. Eu sou professora de Inglês, logo não seria difícil de arranjar uma actividade para eles. Fui adiando, adiando... Estava um pouco hesitante porque sempre que pensava em alguma coisa, logo me ocorria que eles ainda não sabiam ler. Fui treinada para ensinar Inglês a meninos adolescentes e não é fácil lidar com crianças tão pequenas. A Maria Victória conhece imensas músicas em Inglês e tem um vocabulário bem razoável... mas eu já a expus à língua desde que nasceu. Aprendeu tudo sozinha. Mas chegar a uma sala com uma actividade nesta língua, que provavelmente nunca ouviram com atenção, é desafiante.
Hoje foi o dia. Escolhi levar uma
música porque os miúdos adoram cantar, é fácil de memorizar e ainda podem cantá-la na festa de final de ano. Levei o meu iPad e pus a tocar a música "Are you sleeping, are you sleeping, brother John?" Adoro esta versão do Dave and Ava porque tem umas imagens lindíssimas, não acham?
Apesar da Maria Victória já conhecer a música há imenso tempo até se portou muito bem, não se exibiu e deixou os meninos cantar ao seu ritmo. De facto, as crianças são mesmo surpreendentes. Nenhum dos meninos tinha sido exposto à língua inglesa, nunca tinham ouvido a música, mas rapidamente a aprenderam. Uns melhor do que os outros, mas todos cantaram. Uns fizeram de galo, outros de John dorminhoco, outros andavam com uns sininhos improvisados. Foi tão bom, tão bom que tive que arranjar outra música. Escolhi a Johny Johny Yes Papa e foi igualmente um sucesso. São músicas curtas, muito repetitivas e fáceis de decorar. Eles adoraram, fizeram a dramatização e ficou muito bem. De notar que fiquei lá menos de 1 hora e alguns aprenderam as 2 músicas.
Caso me permitam, espero poder ir lá mais vezes e trazer alguma novidade àqueles meninos. Alguns vêm claramente de famílias mais desfavorecidas e ainda me dá mais vontade de lá voltar. Acho que o ensino do Inglês (ou de outra língua estrangeira, na verdade) devia ser iniciado o mais cedo possível. Nestas idades, as crianças são esponjinhas e absorvem tudo o que lhes dermos (o bom e o mau, claro) e é agora que têm que ser expostas às línguas. Devia ser o nosso Ministério da Educação a ter essa preocupação e a ter noção da oportunidade que se está a perder ao não explorarmos mais as potencialidades das nossas crianças. Não é pô-los a falar já Inglês ou dar-lhes mais que fazer, mas simplesmente sensibilizá-los para as línguas estrangeiras. E não se preocupem porque uma criança até aos 6 anos consegue aprender 6 línguas em
simultâneo. Fantástico, não é? Depois, é muito mais difícil e faz todo o sentido a expressão "Burro velho não aprende línguas".

15.1.18

Super Nanny

Não consegui ver a Super Nanny no horário em que passou porque estava a ser mãe. Entre banho, jantar, preparar as roupas para amanhã, deitar a minha filha, preparar a lancheira... só me consegui sentar a ver este programa há pouco. Já percebi que está a ser polémico e há opiniões muito divergentes. Cá fica a minha opinião.

Ao ver a Margarida não pude deixar de ver ali muitas características da minha própria filha. A diferença é que a Maria Victória tem 3 anos e a Margarida tem 7. Acredito que, tal como a Maria Victória, a Margarida não seja sempre assim. São momentos que desembocam em birras. No meu caso pessoal, sei que as birras são totalmente culpa minha. Passo muito tempo com a Maria Victória, sou muito ocupada e é mais fácil ceder às suas exigências. O pai da Maria Victória é muito ausente e faz com que quase tudo recaia sobre mim. É cansativo e nem sempre tenho tempo e disposição (admito!) para me impor como deveria e como ela deveria. Depois, as crianças sabem o quanto as amamos e usam isso a seu favor. Fazem chantagem emocional e as mães, quais idiotas, cedem. Eu, que até sou educadora, no papel de mãe esqueço todas as correntes de pedagogia que estudei e todas as estratégias que defendi e sou como a maioria das mães: um coração de manteiga.

Então, vamos lá às questões polémicas:

- privacidade da criança - É verdade que me custou ver uma criança exposta num momento de fragilidade. Estava cheia de pena da menina... Claro que poderá ser embaraçoso no futuro, mas também poderão ser as fotos que partilhamos em redes sociais com determinadas roupas ou penteados... o que os vai envergonhar no futuro só dependerá deles. E, em última análise, foi uma decisão da mãe e, acredito, do pai. Podem tem decidido que o embaraço era menos importante do que resolver esta problemática.

- o programa - Vivemos na era da Reality TV. Há programas de tudo e mais alguma coisa. Tal como dizia o Andy Warhol, todos vão ter os seus 15 minutos de fama. Já lá estamos. Este programa é mais um que tem como estrelas as crianças, como o Masterchef, os Extraordinários, Uma canção para ti... Esses miúdos também não serão gozados na escola? É mesmo preciso aparecer na TV para se sofrer de bullying? Se Margarida fizesse uma birra na escola ou no supermercado e um amigo visse, não seria igualmente gozada?

- a mãe - A mãe está sozinha com a filha, não parece ter companheiro e dedica-se exclusivamente à miúda. Vai buscar à filha o afecto que provavelmente não tem. É muito fácil cairmos nesse erro. Dormem juntas, a menina é muito meiga, a mãe não se consegue impor quando a menina se porta mal, a mãe trata a criança de 7 anos como um bebé, fazendo-lhe tudo! A mãe, tal como eu, também fala de mais. Ameaça muito e não faz nada. A filha já nem quer saber. Quem precisava de uma intervenção urgente era a mãe. A mãe também é mulher e precisa de recuperar esse lugar também em casa quando está com a filha.

- a avó - A avó só faz o que fazem os avós. Não há problema nenhum em mimar excessivamente os netos. O que não pode acontecer é desautorizar a mãe e a mãe não se impor. Muito menos com uma avó tão presente, ou seja, isso está sempre a acontecer e tem os efeitos que se viram na Margarida.

- os métodos - Sinceramente, os métodos não me chocaram absolutamente nada. Excluiu-se em absoluto as palmadas e insistiu-se no reforço positivo e no elogio. Até gostei do banquinho. Durante a birra é importante que eles tenham tempo para se acalmar. Sem os berros da mãe, sem a mãe, um tempo sozinhos. Não percebi bem quanto tempo seria, mas se for pouco tempo só me parece bem. Cartões, pontos, seja lá o que for... os miúdos gostam de ganhar. Qual o mal de usar isso a nosso favor e levando-os a fazer tarefas básicas do dia-a-dia? Vai chegar o dia em que já nem vão ligar aos incentivos e as tarefas já entraram na rotina.

- o sono - a mãe queria ou não queria dormir com a filha? Pessoalmente, dormir sem a minha filha comigo é muito melhor. Ao fim de quase 4 anos a fazê-lo, desespero por uma noite na minha cama. A diferença é que a minha filha dorme sempre na cama dela, eu fico com ela até adormecer e regresso se ela me chama (tem uma cama de casal e até nem é muito mau). Fá-lo cada vez menos, por isso o desmame está quase feito. Vai ser natural e vai acontecer quando ela também estiver pronta para isso.

Depois disto tudo, há a velha questão das crianças se comportarem pior com a mãe. Ficam mimadas, caprichosas, chantagistas, infantis. É cansativo! E as mães precisam de ajuda! Há tanto investimento em aulas de preparação para o parto e esquecem-se do que vem a seguir. Parir e criar a minha filha nos primeiros meses foi incomparavelmente mais fácil do que o que vivemos agora. Educar uma criança é exponencialmente difícil. É sempre a piorar. E os pais precisam de mais apoio e orientação.

Pessoalmente, quero agradecer aos pais e às crianças que se expõem no programa porque não se estão a ajudar apenas eles, mas a todos nós. Cada família é uma família, só nós conhecemos a dinâmica da nossa própria família e cabe-nos a nós usar esta informação e experiência da melhor maneira possível e sempre em benefício da criança.

Aguardo com expectativa os próximos programas.

10.1.18

Amigos imaginários

Nos últimos tempos, a Maria Victória tem-me falado nas suas amigas Bibi e Gabi. Não são da sala dela, mas pensei que fossem da escola primária ao lado do Jardim de Infância ou do Karate, já que não sei os nomes de todos. Não são. São amigas que ela inventou. Da primeira vez não valorizei porque a minha filha brinca muito de faz de conta, é muito criativa e fabrica situações e personagens. No entanto, ela arranja sempre maneira de trazer a Gabi e a Bibi para a conversa.

Hoje resolvi perguntar-lhe mais coisas sobre as suas amiguinhas. A Bibi tem 4 anos e a Gabi tem 6 anos. Não são irmãs, são amigas e vivem no Algarve. A Maria Victória conheceu-as na casa delas, mas elas também costumam vir cá a casa. Aliás, é quando estão juntas.

Não deixa de me assustar um pouco esta conversa, até porque vivemos numa casa com mais de 200 anos, cheia de história e, acredito, com muitos habitantes... Spooky, right?

De qualquer das formas, parece que esta coisa dos amigos imaginários é um fenómeno normal em crianças com um comportamento e personalidade elaboradas.

- costumam aparecer desde os 2-3 anos até aos 7-8 anos
- é mais comum nos primeiros filhos ou filhos únicos
- pode estar associado a crianças que convivem pouco com outras crianças ou que vivem num ambiente demasiado adulto
- está associado a crianças muito criativas e muito fantasiosas
- crianças com amigos imaginários têm tendência a ser jovens criativos, com maior empatia e boas habilidades linguísticas
- quanto maior a criatividade e fantasia da criança, maior a probabilidade de ter um amigo imaginário
- os pais devem "conhecer" os amigos imaginários e prestar atenção às suas conversas
- as crianças devem preferir sempre brincar com os amigos reais


8.1.18

Furar as orelhas

A 3 meses de cumprir 4 anos, a Maria Victória ainda não tem as orelhas furadas. Agora sei que devia tê-lo feito quando era bebé, pois agora é bastante mais complicado. Nunca o quis fazer porque não lhe queria infligir um sofrimento desnecessário em prol de um motivo fútil. Sim, as meninas ficam lindas, há brincos lindos, identifica-se facilmente uma menina pelos brincos... para mim, nunca teve qualquer importância.

A Maria Victória é muito vaidosa e feminina. Gosta de laços, folhos e cor-de-rosa. Naturalmente, gosta de brincos e outros acessórios. Outras pessoas também perguntam porque sim e porque não e hoje levei-a ao sítio que me parece mais indicado para lhe furar as orelhas.

Na loja Claire's furam as duas orelhas em simultâneo e acho que é o ideal para estas crianças. Não estou a ver a Maria Victória querer furar a outra orelha depois de ter furado a primeira. Pareceu-me bastante entusiasmada, mas o facto de as meninas da loja quererem, compreensivelmente, que ela estivesse quieta, enviabilizou tudo. Foi essa pequena hesitação que a fez ter medo e querer desistir.

Não há problema algum. Não quero forçar nada. São apenas uns brincos. Quando ela quiser muito, ela vai querer ir e eu vou estar com ela, a dar-lhe a mão. E vai ficar tão linda com brincos como fica sem brincos.