31.12.13

O saldo é...

E, no último dia do ano de 2013, chega a altura de fazer uma análise do mesmo.

Por acaso, nem acho que esta seja a melhor altura para o fazer porque estou muito cansada e temo ser muito pessimista. No entanto, não tenho nada de que me queixar. Pelo contrário, sou muito grata pelo que tenho e pelas pessoas que tenho.

De tudo, aquilo que me deixa sempre muito angustiada é estar longe de quem amo. Longe dos meus pais, que vivem noutra cidade, longe deles juntos, dado que se separaram há alguns anos. A gestão das visitas e, consequentemente das saudades, é sempre complicada e dolorosa. Fico também longe do meu marido durante vários meses por ano. Ele trabalha como piloto de helicópteros e isso faz com que passe imenso tempo sozinha, preocupada, sempre com o coração nas mãos, ansiosa...

Amigos tenho muito poucos. Já tive muitos, já perdi muitos, restaram-me 3 ou 4, mas são muito bons. Daqueles que estão sempre ali. Por ter perdido tantos 'amigos' ao longo da jornada, criei algumas defesas que me impedem de fazer mais amigos. Quem me conhece pode identificar em mim alguma altivez, arrogância, até pedantismo, mas isso não é mais do que uma defesa. Acreditem, sou do mais simples que pode haver. Tenho é muito medo de confiar e ser magoada.

Sou muito grata pelo meu trabalho. Não é daqueles trabalhos seguros que nos incentivam a procurar, mas é um trabalho feito à minha medida. Sou freelancer para uma empresa internacional, tenho um lugar de chefia já há uns anos e adoro o que faço. Trabalho em casa, com todas as suas vantagens e desvantagens. Para já, a balança aponta mais para as vantagens. Adoro ficar em casa quando estou com sono ou doente, ou quando está a chover. Não tiro o pijama e ninguém se queixa disso. Posso trabalhar no sofá, na cama, na cozinha e, até, no meu escritório (que raramente uso). Posso agarrar no meu computador ou no tablet e trabalhar em qualquer sítio, sem prejuízo do meu trabalho. Já o fiz várias vezes em hotéis para aproveitar um fim-de-semana prolongado. O mais gratificante é mesmo poder assumir um cargo de alguma importância numa empresa de renome internacional e poder viver numa cidadezinha de Trás-os-Montes. Não precisei de me mudar para Lisboa ou, mesmo, para o estrangeiro para me realizar profissionalmente. É uma pena que no nosso país as empresas não recorram mais ao tele-trabalho. Eu, que trabalho com traduções e textos, não preciso de estar num escritório físico algures em Madrid ou Basileia. Um computador e ligação à Internet permitem-me beneficiar de uma vida calma e sossegada.

E viver em Trás-os-Montes é fantástico. Aqui, tenho acesso a um custo de vida mais baixo, sem stress, sem trânsito, boa comida, natureza e tempo. Temos boas escolas, públicas e privadas, e até ensino superior. A cultura também chega até nós. Temos espectáculos com grande regularidade e, se quisermos ir a uma grande sala do Porto ou de Lisboa, também lá chegamos em pouco tempo.

2013 trouxe-me a certeza de que sou dona do mundo. Eu carrego o mundo dentro da minha barriga. Sou muito grata por ser saudável num mundo cheio de problemas. Eu consegui conceber um bebé com tanta facilidade que me faz sentir imensamente especial. Sim, sou especial e uma privilegiada por estar grávida, por estar a viver uma gravidez, até agora, saudável e por a minha menina estar bem.

Tenho que admitir que, ao longo da minha vida, fui sempre muito abençoada. Vivi sempre sempre problemas financeiros, sem grandes problemas de saúde, conquistei muitas coisas, fui bafejada pela sorte noutras ocasiões. Nunca me esqueço de que a sorte vai e vem. Já passei por momentos muito difíceis, já fiquei muito desesperada, já precisei de muita ajuda, mas sempre tive noção que, mesmo assim, havia quem sofresse mais do que eu.

Sou uma sortuda por ser quem sou, com quem sou. Se me é permitido pedir alguma coisa, só desejo ter as minhas pessoas ao meu lado, felizes e saudáveis. Quero manter o que tenho de bom. Desejo que a minha menina nasça, de parto fácil (claro!), saudável e feliz. Quero estar rodeada de muito amor e felicidade, e que todos possam dizer o mesmo. Os meus desejos são extensíveis a todos vós.

Fazendo um balanço deste ano que se aproxima do fim, não posso deixar de considerar que o saldo é positivo. Claro que é positivo. Obrigada, Deus, por tudo.

30.12.13

21 semanas

Este fim-de-semana chegámos às 21 semanas! Já dobrei a metade da minha gravidez!

A minha menina já tem sobrancelhas e pálpebras, bem como unhas. Estes detalhes são muito importantes, visto que é uma menina. :)

Muito, muito importante é o facto de ela já me ouvir. Pode ser, também, assustador. Tenho que ter muito cuidado com o que digo e como falo. Não me quero irritar muito porque não quero que a minha princesa fique com medo.

Na semana passada pedi tanto à minha menina que se mexesse, que me desse um sinal, que ela agora presenteia-me com pontapés, palmadinhas ou cabeçadas (não sei que membro usa... ) todos os dias. É muito fofinha. Não quis ver a mamã preocupada e todos os dias me faz festinhas na barriga. E eu respondo do lado de fora... :)

Mostro-vos, agora, a minha princesa aqui em baixo. Está cada vez maior, sempre a crescer! É ou não é linda?

24.12.13

Feliz Natal para todos

23.12.13

Já mexe!

Pedi tanto à minha menina que me desse um sinal e ela passou o fim-de-semana todo a manifestar-se. Foi tão bom!!

A gravidez é mesmo um fenómeno fantástico... Sempre supus que fosse muito estranho sentir estes movimentos dentro de mim. Não sei porquê, mas nunca pensei que fosse uma coisa muito agradável, apesar de todos os testemunhos contrários de outras mães. Muitas até dizem que só se sentiram efectivamente grávidas quando sentiram o seu bebé.

Estou maravilhada. Neste momento, ela está a manifestar-se, provavelmente a queixar-se do espaço exíguo que tem. Como claustrofóbica que sou, só consigo pensar que se sente muito apertadinha. Então, vai tentando arranjar mais espaço. Como a compreendo...

3 dias antes de chegar às 20 semanas, a minha menina resolveu acalmar o nervosismo de sua mãe. Passei o fim-de-semana com as mãos na barriga e acho que não vão de lá sair até poder tocar na pele da minha menina.

20.12.13

Quando é que devo começar a sentir a minha bebé?

Estou a aproximar-me das 20 semanas de gravidez. Conheço uma pessoa que está mais ou menos do mesmo tempo que eu. Ontem, no facebook, ela falou que o bebé dele mexia muito. Muito mais do que na gravidez anterior.

Perante isto, comecei logo a ficar cheia de minhoquinhas na cabeça.

Há umas semanas atrás, ouvi falar do Doppler Fetal. Resumidamente, este aparelho permite-nos ouvir o coraçãozinho do nosso bebé no conforto da nossa casa, sempre que quisermos. A minha cunhada, que é enfermeira especialista em saúde materno-infantil, desaconselhou-me que comprasse o aparelho. Disse que todos os dias mulheres vão às urgências com ataques de pânico, aflitíssimas, porque não ouviam o coração através do aparelho. Muitas vezes, não dá para ouvir com o Doppler. Tentei esquecer o assunto e levar a gravidez com a normalidade possível.

Depois, esta pessoa fala-me que o bebé dela mexe imenso e a minha não. Perguntei ao meu marido o que ele achava e ele culpou-me por ter dado ouvidos à irmã dele e não ter comprado o Doppler. Fui logo à Internet pesquisar o que seria 'normal'.

Então, tudo é normal pelo que pude perceber. Aquela pessoa sente mais facilmente o seu bebé porque já é o segundo. Os músculos abdominais já não estão tão fortalecidos, devido à anterior gravidez, ao contrário dos meus. Mais, as grávida de segunda viagem já sabem identificar melhor os movimentos do bebé.

Portanto, daqui a uma semana, já estarei com o meu médico e vou confirmar tudo. Vou tentar não stressar até lá e esperar que possa sentir alguma coisa. Também, com tanta cólica que eu sinto todos os dias é normal que as festinhas que a minha menina me faz me passem imperceptíveis...

17.12.13

3 dicas para um parto mais fácil

Hoje, ao ler um artigo sobre partos, fiquei a saber de umas dicas para facilitar o parto. Atenção que todas as dicas são baseadas em estudos científicos. Então, é assim:

- Comer tâmaras.

Mulheres que comem tâmaras ao longo do 9º mês de gravidez têm menos probabilidades de precisar de medicação para desencadear o parto, segundo um estudo. Estavam também mais dilatadas quando chegavam ao hospital e os parto durava em média menos 7 horas. As tâmaras têm um composto semelhante à oxitocina, que provoca contracções. É recomendado o consumo de 6 tâmaras por dia no último mês de gestação.


- Dormir mais.

As mulheres que dormiam menos do que 6 horas durante o último mês de gravidez tinham partos 11 horas mais longos e 4 vezes mais cesarianas do que as mulheres que dormiam 7 horas ou mais. Ou seja, toca a arranjar um local confortável para dormir, usar muitas almofadas, dormir em cadeiras reclináveis, dormir sozinha... vale tudo para dormir bastante.


- Fortalecer as pernas.

A posição erecta ajuda, através da gravidade, a orientar o bebé para a saída. Isto pode encurtar o parto numa hora. Para nos mantermos verticais, precisamos de pernas fortes. Os agachamentos são importantíssimos para o parto. Podemos fazer um exercício muito simples. Colocamos uma bola de Pilates entre uma parede e a parte inferior das costas. Dar uns passos para a frente, afastar as pernas e fazer 3 sequências de 15 agachamentos.

16.12.13

19 semanas

Ontem, chegámos às 19 semanas. Estamos quase a meio da viagem.

A coisa mais fantástica é saber que a minha menina já tem óvulos, cerca de 6 milhões. Quando descer já só terá 1 milhão e depois vai ser sempre a descer.

Nesta altura 'bebe' líquido amniótico e os rins produzem a urina. Não quero saber saber para onde vai... E já tem cabelinho, se for da equipa das cabeludas. Espero que tenha um cabelo melhorzinho que o meu.

O desenvolvimento sensorial chega ao auge esta semana. Os neurónios ligados a cada um dos sentidos - paladar, olfato, audição, visão e tacto - estão a desenvolver-se nas áreas específicas do cérebro.

O meu útero chega até o umbigo, e deve crescer cerca de um centímetro por semana. Já me tinha apercebido disto quando estou deitada na cama de barriga para cima. Nota-se perfeitamente.

Supostamente, agora sentem-se pontapés. Eu ainda não sei se sinto. Como tenho tido imensas cólicas, não sei bem se são movimentos intestinais ou se é a minha menina a alongar-se.

11.12.13

18 semanas

Acabadinha de chegar às 18 semanas.

Dizem que no segundo trimestre a mulher se sente fabulosa, já não está tão cansada, que volta às rotinas habituais. Eu ainda não consegui.

O bebé já se mexe muito mas, como eu sinto tantas dores abdominais, não consigo perceber nenhum movimento. Sinto imensos gases, que me provocam muita dor, e cólicas. Eu, que nunca tive enjoos ou digestões difíceis, dou por mim a queixar-me de azia e sensação de estômago cheio. Parece cedo para isso, não?

Também passei a sentir mais fome. Andava a controlar de perto o meu peso. Até à ultima pesagem, estava apenas com 1kg a mais. Hoje isso já não se deve aplicar. Tenho mesmo vontade de comer doces, coisa que não me acontecia antes. Na verdade, isso é uma necessidade energética nossa e do bebé. Podemos sempre compensar com alguma actividade física ligeira, mas é importante falar com o médico primeiro. No meu caso, foi desaconselhado e ainda nem sei bem porquê.

Então, e o bichinho? Como é que ele está nesta fase?

As orelhinhas estão posicionadas no local correcto e completamente formadas. Nunca pensei que as orelhinhas demorassem tanto tempo a formar-se. Já acompanho a sua formação há imenso tempo.

Ainda ontem discutia este assunto com o meu marido. Será que a bebé nos ouve? Eu dizia que sim, ele dizia que não. Ganhei eu! :) Agora vou ter mais cuidadinho com o que digo.

Os ossinhos começam a ficar mais durinhos, os nervos estão fazem ligações mais complexas e os sentidos estão em pleno desenvolvimento. O bebé está coberto por uma cera gordurosa e espessa, o vérnix, que o protege da exposição ao líquido amniótico. Este também vai ajudar à expulsão na altura do parto.

Nesta fase, é importante ter uma alimentação rica em cálcio, legumes de folhas verdes, salmão e amêndoas, por exemplo.

A maior alteração que sinto é mesmo uma carência afectiva e uma sensibilidade extremas. Choro por tudo e por nada, sinto falta de pessoas queridas, choro mais um bocadinho, acho que ninguém me presta atenção, etc. Está a custar-me muito sentir-me assim.

Aguardo a(s) próxima(s) semana(s). Espero que sejam um bocadinho melhores, apesar de não me poder queixar.

As hormonas da gravidez

As hormonas da gravidez:

Estrogénio - Produzido nos ovários e na placenta, é o responsável pelas caracerísticas femininas.
Progesterona - Produzida nos ovários e na placenta, prepara o útero para receber o embrião.
Gonadotrofina coriónica (hCG) - Oriunda da placenta, estimula a progesterona e o estrogénio.
Melanotrófico - Aumenta a pigmentação de partes do corpo.
Prolactina - Estimula o leite.
Ocitocina - Contrai o útero para a expulsão do bebé na hora do parto e provoca a ejecção do leite na sua sequência.

10.12.13

O teste do pezinho

Quero alertar para o facto de eu ser totalmente ignorante acerca de bebés e gravidezes. Nunca convivi com pessoas mais novas do que eu, não convivi com bebés e não acompanhei de perto nenhuma gravidez. Chegar aos 35 com uma dose de ignorância empírica tão grande, pode ser assustador. Agora, tento compensar com todo o tipo de informação possível.

Então, hoje, ao ver o prograna Pregnancy and Birth: The Truth, descobri que que a zona mais sensível do bebé é mesmo o pé. Para aquelas mamãs mais ansiosas que querem ter a certeza de que o seu bebé está a respirar enquanto dorme, basta tocar no pezinho que ele vai reagir. Se não reagir, algo se está a passar. Logo, não vale a pena abanar e agitar a pobre criancinha.

9.12.13

Sair à noite ou não sair à noite? Eis a questão.

Sempre fui moça de gostar de sair à noite. O marido é como eu. Com o tempo, as noitadas foram ficando mais escassas, mas temos que ir ao café à noite todos os dias.

Desde que engravidei que a situação mudou um pouco. Nos primeiro meses, tinha tanto sono, mas tanto sono que só pensava no meu sofá. A ideia de ter que me arranjar para sair dava-me ainda mais sono. Tentei manter ao máximo uma vida normal, com as mesmas rotinas, mas foi complicado.

Logo no início do 2º trimestre, fiquei com uma constipação terrível. Sempre que apresentava melhoras e punha o nariz fora de casa, voltava a ficar pior. Andei assim umas 3 semanas e, consequentemente, fora do círculo nocturno. Depois, veio a 'amniocentese' e foi repouso absoluto mais uns dias. Resumindo, estive recolhida uma série de fins-de-semana e ninguém me pôs a vista em cima.

Este fim-de-semana preparei-me para sair. Já estava mesmo a precisar. Jantar com o marido e depois ida ao café do costume. Aqui, as coisas não correram muito bem. Depois de ter tomado o meu habitual carioca de limão, vendo que todos bebiam as suas minis, fiquei com uma enorme vontade de beber um panaché (cerveja com 7up), acompanhado de uns tremoços. Pedi ao marido que me pedisse um panaché fraquinho com cerveja sem álcool. Quando comecei a beber aquilo, parecia-me cerveja normal. Perguntei aos meus amigos se a cerveja sem álcool tinha o mesmo sabor. Disseram que com a 7up era provável que sim. Foram chegando mais pessoas e olhavam para o meu copo. Eu dizia, orgulhosa, que era sem álcool. Entretanto, fui sentindo aquela dormência típica de quem bebe álcool e não está habituada. Perguntei ao dono do café se aquilo tinha álcool e ele disse-me que sim, mas que era fraquinho. Fiquei furiosa!! Quem é ele para decidir se eu quero fraquinho, forte ou sem álcool? Logo ele que acabou de ser pai do segundo filho. Isto não se faz. Valeu-me que bebo devagar e quando me apercebi ia o copo a meio.

Depois, fomos a um bar novo. O pior foi mesmo que cheirava a tinta, pelo menos num dos espaços. Não gosto nada de me expôr a este tipo de lugares. Mantivemo-nos no espaço mais arejado, perto da saída. Iam chegando amigos e nós íamos dizendo que eu estava grávida.

O momento mais engraçado da noite foi quando um dos amigos do meu marido me disse que, dado que estava grávida, esta seria a minha última noite a sair. Concordam? Acham que uma grávida deve ficar em casa, esperando que o rebento chegue? A minha saída, para além dos percalços inesperados, não teve nada de violento. Às 2:30 já estava na caminha. Eu acho que, enquanto me sentir bem e os espaços forem adequados, vou sair. Ter uma mãe deprimida em casa também não deve ser muito bom para o bebé. O que acham?


4.12.13

O meu mundo e o mundo das outras pessoas

Estou grávida de 17 semanas e o mundo ainda não sabe que estou grávida. Aliás, o meu mundo sabe. O mundo das outras pessoas é que ainda não. E também não me importa muito que saibam ou não.

No início desta gravidez, tive muitas reservas. De cada vez que ia à casa de banho, estava à espera de ver sangue, de perder a bebé. Isto tudo porque uma das minha melhores amigas já perdeu dois bebés assim, nas primeiras semanas de gravidez. Como acompanhei tudo de muito perto e os especialistas dizem que é muito normal, sempre achei que poderia acontecer comigo. Não queria sofrer o que ela sofreu, não queria ver expectativas a desabarem, por isso só estava à espera do momento em que isso me fosse acontecer também. Graças a Deus, até agora tudo correu bem.

Porém, ainda não durmo descansada e acho que nunca irei dormir. Outra amiga próxima, passou por outra situação terrível. Grávida de gémeos, eles morreram aos 7 ou 8 meses de gestação, com o cordão enrolado. Perante estas tragédias tão próximas, como posso viver a minha gravidez sossegada? É certo que tenho imensos exemplos de gravidezes bem sucedidas, crianças lindas e saudáveis que estão entre nós. É nessas crianças que tento pensar quando me sinto mais em baixo. Penso que tudo correu bem durante as suas gravidezes, que os problemas sérios que acontecem são raros e que tenho que pensar sempre positivo. Também não ajuda nada ainda não saber os resultados da biópsia que fiz na semana passada.

Quando penso que só irei descansar quando a minha bebé nascer, lembro-me que aí é que os problemas começam. Todas as mamãs se queixam dos infectários e, quanto mais crescem, mais preocupações dão, não é? Estou muito depressiva, mesmo. Já não há remédio para mim.

No lado oposto ao meu, estão aquelas mães que nunca pensam em problemas. Assim que fazem o teste de gravidez caseiro, publicam nas redes sociais, espalham a notícia aos 7 ventos, compram roupinha de bebé, fazem todo o enxoval... Inicialmente, sinto alguma pena delas. Se algo corre mal, vão ficar arrasadas. Depois, penso melhor, e talvez elas é que estejam certas. Vivem felizes, aproveitam enquanto podem. Na verdade, ninguém está preparada para enfrentar problemas na gravidez e filhos, por mais preparado que se esteja. E também não consta que quem é mais ansioso e pessimista, como eu, consiga evitar problemas.

Moral da história: acho que não consigo deixar de ser ansiosa, mas posso tentar ser aproveitar mais a minha gravidez, permitir que me mimem, sentir-me bem com a minha bebé a crescer dentro de mim.


3.12.13

A vontade de ter netos

As avós da minha bebé andam excitadíssimas com a chegada da primeira neta, de ambos os lados. Primeira neta, primeira bisneta, primeira sobrinha. É a primeira, e pronto.

Já andavam meio desesperadas com a possibilidade de não virem a ter netos. Pelo menos os meus pais, dado que sou filha única. Eu e o meu marido já estamos casados há mais de 4 anos, não nos apetecia ter filhos e evitávamos o assunto. Somos daqueles que até gostamos de crianças, mas pelas mãos dos outros. Quando vamos jantar fora, não gostamos nada de berreiros e gritarias, etc, etc. Posto isto, andávamos a adiar a decisão de sermos pais. Era uma certeza que tínhamos, mas se pudéssemos adiar mais um bocadinho...

Quando ficámos grávidos, foi a alegria do povo. Confesso que a minha mãe, por ser minha mãe, estava mais aflita com a minha reacção à gravidez do que feliz por ser avó. Eu tinha tanto medo que algo corresse mal, que não me permiti ficar feliz, nem permiti aos outros. Assim que a fase crítica passou, foi a loucura total.

Sobretudo as avós andam numa correria desenfreada a comprar tudo e mais alguma coisa. Tem que se lhes pôr um travão. É calcinhas e camisolinhas e mantinhas e gorrinhos e babygrowzinhos e vestidinhos e pantufinhas e sei lá mais o quê. Uma delas nem me dá as coisas. Fica com elas lá em casa, nem percebo porquê. Deve pôr-se a olhar para aquilo quando está mais aborrecida.

Entendo a excitação delas, mas não deixo de achar que é muito prematuro. Eu estou grávida de 4 meses. Ainda falta mais de metade do tempo. Fico feliz que andem entusiasmadas, poupam-me imenso trabalho e dinheiro. Só receio o dia em que comprem qualquer coisa que eu não goste. Não vou consegui dizer que é bonito e tenho a certeza que vou partir um coração. Espero que esse dia nunca chegue. Elas têm bom gosto, é o que vale!