8.1.18

Furar as orelhas

A 3 meses de cumprir 4 anos, a Maria Victória ainda não tem as orelhas furadas. Agora sei que devia tê-lo feito quando era bebé, pois agora é bastante mais complicado. Nunca o quis fazer porque não lhe queria infligir um sofrimento desnecessário em prol de um motivo fútil. Sim, as meninas ficam lindas, há brincos lindos, identifica-se facilmente uma menina pelos brincos... para mim, nunca teve qualquer importância.

A Maria Victória é muito vaidosa e feminina. Gosta de laços, folhos e cor-de-rosa. Naturalmente, gosta de brincos e outros acessórios. Outras pessoas também perguntam porque sim e porque não e hoje levei-a ao sítio que me parece mais indicado para lhe furar as orelhas.

Na loja Claire's furam as duas orelhas em simultâneo e acho que é o ideal para estas crianças. Não estou a ver a Maria Victória querer furar a outra orelha depois de ter furado a primeira. Pareceu-me bastante entusiasmada, mas o facto de as meninas da loja quererem, compreensivelmente, que ela estivesse quieta, enviabilizou tudo. Foi essa pequena hesitação que a fez ter medo e querer desistir.

Não há problema algum. Não quero forçar nada. São apenas uns brincos. Quando ela quiser muito, ela vai querer ir e eu vou estar com ela, a dar-lhe a mão. E vai ficar tão linda com brincos como fica sem brincos.

30.12.17

Festa de Natal da escola 2017

A poucas horas do ano de 2017 findar, acho que tenho que actualizar alguma informação ou a filhota não me vai perdoar. A Festa de Natal da escola já aconteceu há quase 2 semanas e ainda não houve tempo para o documentar aqui. É que com a festa vieram as férias e férias com a Maria Victória em casa significa que não há tempo para mais nada.

A festa de Natal foi espectacular. Confesso que não tinha grandes expectativas, tendo em conta que é uma pequena escola numa aldeia dos arredores de Vila Real. Mas com a boa vontade de alguns conseguiu-se um espectáculo muito bonito para as nossas crianças. Só nos foi pedido que meninas fossem de calças de ganga e camisola branca e meninos de calças de ganga e camisola vermelha.


Ora, a Maria Victória é uma artista nata! Em casa, está sempre a dançar, a cantar, já faz as suas próprias versões e letras, brinca imenso de faz de conta e tudo é um espectáculo para ela. Assim que chegámos ao local, levei-a para ser preparada e começou a choradeira. Queria que eu estivesse sempre com ela! O facto de ter esperado algum tempo até a performance ter começado pode ter tido alguma influência. Pior do que ela só mesmo uma menina que, pelo 2º ano, não vai à escola porque chora no primeiro dia de aulas e a I. que passou o espectáculo ao colo da mãe e não participou. Os outros meninos portaram-se mesmo bem! A sala estava cheia de pais e familiares e isso também pode ter aumentado o nervosismo. 



Por incrível que pareça, apesar de chorar, a Maria Victória fez tudo o que lhe competia. Pobrezinha... 





















O turning point deu-se durante um compasso de espera entre actuações. Estava a dar a música All I want for Christmas, da Mariah Carey, e ela foi mexendo o pézito, depois a perna e depois já era a Maria Victória de sempre. A partir daí, começou a aproveitar a festa. Realmente, os miúdos são capazes de coisas incríveis! Foi lindo! E os professores estão todos de parabéns, pois foram eles que puseram o espectáculo de pé. E as mamãs dos meninos do Jardim de Infância também contribuíram com qualquer coisinha... 


Para além de todas as atuações, também houve uma peça de teatro protagonizada pelos Estropícios Animações. Foram momentos muito divertidos, até porque a determinada altura a personagem Perlim transformou-se em Pai Natal e distribuiu presentes por todas as crianças!

 


Depois, seguiu-se um mega jantar para o qual colaboraram todos os pais e foi uma excelente oportunidade para que todos pudéssemos conviver mais um pouco. 

É uma escola muito pequena (Jardim de Infância e 1º ciclo), tem um ambiente muito familiar, quase caseiro, um corpo docente excelente e assistentes operacionais muito dedicados, a comunidade está toda envolvida, a Junta de Freguesia é uma parceira de peso e os meninos andam felizes! Meninos felizes. Pais felizes!



14.11.17

Porque é que as crianças de 3 anos são tão felizes?

No outro dia apareceu-me um vídeo motivational no facebook e, por mais que o procure, não consigo encontrá-lo outra vez. O orador explicava porque é que as crianças de 3 anos são tão felizes. E é um facto! Eu tenho uma criança de 3 anos e meio e está feliz a maior parte do tempo. Mesmo quando faz aquelas birras monumentais, rapidamente retoma o seu sorriso e boa disposição. A explicação para isto, segundo o tal orador, reside no facto das crianças de 3 anos (gostava que se prolongasse e que não se ficasse pelos 3!) viverem apenas o momento presente, o agora. Elas não projectam o futuro, nem relembram o passado. O importante é o que acontece AGORA. Por isso é que mesmo que lhes tenhamos dado uma grande bronca, elas esquecem logo e põem-se logo aos beijos e abraços. Elas também não pensam no que poderia ter sido e não foi. Mesmo que o façam, não ficam muito tempo nisso. O segredo para a felicidade está mesmo nos nossos filhos e só temos que aprender com eles, vendo-os viver a sua vida. Se pensássemos como eles, não haveria ansiedade nem depressão, não haveria expectativa nem desilusão.

7.11.17

Saídas à noite sem filhos


Há umas semanas, o meu grupo de amigos realizou a 3º edição da Disco Night Out Without Kids. No primeiro ano, não fui porque a minha menina tinha poucos meses. No ano passado fui ao jantar e este ano corri para ela logo depois do jantar, de novo.
Não sei como acontece convosco, mas contam-se pelos dedos as vezes que eu deixei a minha filha à noite. E de todas essas vezes que saí, fui dormir a casa com ela. Foi uma opção minha e já começo a perceber que foi uma má decisão. De qualquer das formas, acho que estas iniciativas são interessantes para pessoas que, como eu, não largam os filhos ou não têm com quem os largar.
Desta vez, conforme nos fomos sentando no restaurante, tivemos que reorganizar os lugares porque claramente as mulheres estavam a falar de assuntos diferentes dos dos homens e já havia muitas cabeças a desviarem-se. Então, e apesar de eu ser sempre contra esse tipo de segregação, ficaram mulheres para um lado e homens para outro.
O mais engraçado é que foi um jantar sem filhos, no entanto eles dominaram as conversas, pelo menos do nosso lado. Foi a noite toda a falar dos filhos, das ites, da escola, das actividades extra-curriculares... E adorei, claro! Há lá assunto melhor para passar uma noite sem filhos? Não estavam presentes, mas era como se estivessem.
Desta vez, confesso que já me me apetecia ter ficado até mais tarde, ir até um bar ou discoteca, beber um copo... Mas a criança não estava a dormir sem mim e não consegui ficar. Por acaso, quando cheguei ela tinha acabado de adormecer e já me senti imensamente culpada por lhe ter atrasado tanto o sono.
Admito que a culpa é toda minha. Foi muito habituada a passar as noites comigo e agora que me apetece sair um pouco custa-lhe imenso... 

24.10.17

Quem é Deus?


Hoje, perante a trágica e triste notícia de um amigo tinha falecido, abracei a minha filha e disse: "Obrigada, meu Deus, por me teres dado a minha filhinha!" E ela responde-me: "Quem é Deus?".

Já lhe tinha falado antes de Deus. Aliás, ela até já diz "Ó, meu Deus..." Ela é que nunca me tinha perguntado quem era Deus. Quem era essa pessoa que a enviou até mim. Fiquei um pouco hesitante porque nem eu sei quem é Deus. A minha concepção de Deus tem mudado tanto ao longo dos anos e não queria dar-lhe uma ideia errada. Mas, será que há uma ideia errada e uma ideia certa?

Para encerrar o assunto por ali, optei por dizer-lhe que era ALGUÉM que vivia nas estrelas. E ela: "É o teu avôzinho?" O assunto não está encerrado, claro, e já sei que vou ter longas conversas sobre este tema com ela.

O importante é que ela aprenda a gratidão por termos pessoas de quem gostamos ao nosso lado, pelo tempo que tiver de ser. A única coisa certa nesta vida é mesmo a morte.

18.10.17

3 anos e meio

Como qualquer criança, a Maria Victória adora soprar as velas de um bolo de aniversário (aliás, para dizer a verdade, quaisquer velas servem. Ainda me lembro da vergonha que passei quando num baptizado foi a correr para o altar e tentou soprar as velas que estavam a arder...).
Desde que fez 2 anos que deixei de contar os meses. É uma canseira! Mas ontem a minha mãe lembrou-se que a Maria Victória fazia 3 anos e meio. Assim que ela ouviu isto, começou a gritar alegremente que fazia anos e queria um bolo e um presente. Não houve presente porque ela já tem coisas a mais e recebe imensos presentes sem data especial, mas lá fui tratar de um bolinho e uma vela. Cantámos os parabéns umas 3 ou 4 vezes e comemos uma fatia de bolo. Hoje ao almoço foi a mesma cantoria. 
Desde que ela manifesta este gosto pelos parabéns que temos sempre bolos, velas para todos os aniversariantes da família. Não é pelos aniversariantes. É pela princesa. Acho que só mesmo eu é que não tive direito a bolo este ano. Foi um bolo a menos para ela. 
E, pronto, são 3 anos e meio muito felizes, com os dias cheios de alegria, muito cansativos, muitas horas de sono em falta. Ou seja, passou a ser tudo muito intenso e muito bom.