11.7.16

Como fazer uma pausa

Desde que fui mãe que parece que não descanso. Acordo e começo logo com uma série de tarefas impostas pelo facto da criança da casa também ter acordado. É como se tivesse entrado num comboio sem saber quando vou sair. Não há como parar! Depois, há o trabalho. É preciso trabalhar para ganhar dinheirinho para poder viver. Como trabalho em casa, pelo meio vou petiscando qualquer coisa, ponho uma roupa a lavar, trabalho, trato dos bichanos, trabalho, chamada de vídeo-conferência, pago uma conta, trabalho, atendo um telefonema e, bolas!, já são horas de ir buscar a filha. Com ela em casa é mais difícil de fazer seja o que for e, por isso e porque quero, quando ela está, vivo para ela. É assim que tem que ser. Logo, tempo para mim ou para descansar não há.
Quando é que fazemos uma pausa? Porque é que há dias em que nos sentimos exaustos e parece que não fizemos nada? E outros em que tanta coisa aconteceu e nos sentimos tão bem e revitalizadas? Porque nestes dias de certeza que fomos fazendo pausas. Fazer uma pausa pode ter um efeito tão ou mais reparador do que uma sesta. E é mais produtivo. Daí muitas vezes nos sentirmos muito bem apesar de termos tido um dia super cheio porque, afinal, fomos fazendo mini-pausas mesmo nos apercebermos. E é tão fácil parar por um bocadinho para:

- tomar um banho
- ouvir música 
- olhar para o céu 
- telefonar a um amigo
- fazer uma refeição em silêncio 
- fazer uns alongamentos
- fazer festinhas a um cão ou gato
- criar uma pausa para um café 
- ver um vídeo engraçado 
- pôr uma música e dançar 
- dar um passeio na rua 
- escrever num diário 
- dormir uma sesta 
- assobiar
- apanhar ou comprar flores 
- cheirar flores 
- meditar 
- fazer respirações profundas e lentas 
- dar uma corrida 
- pintar 
- ler poesia 
- perdoar alguém 
- escrever uma carta
- ir a um parque
- fazer pequenas boas acções 
- ser grato por algo 
- ... 

Experimentem!




9.7.16

Restaurante à prova de crianças em Vila Real


Ontem procurava um restaurante para um grupo de 8 adultos e 3 crianças. Como o tempo está óptimo, só apetecia uma esplanada e usufruir de uma bela noite de verão. Há vários restaurantes com esplanada em Vila Real, têm bom ambiente e boa comida. Mas, a esplanada mais especial é a do Cais da Villa. É especial porque é linda, tem boa música ambiente, bom serviço, bom atendimento, boa comida... e é ideal para crianças.
A minha filha é super irrequieta e é muito difícil mantê-la quieta durante algum tempo. Na esplanada do Cais da Villa, há imenso espaço para as crianças correrem. Aliás, a primeira coisa que a Maria Victória fez foi inspeccionar o local, correu por todo o lado, saltou por cima das espreguiçadeira e, de vez em quando, lá regressava à mesa. Fartou-se de brincar com o Pedrinho, de um ano e meio, e foi muito agradável para todos.
O jantar foi um pouco demorado, pois pedimos o menu de tapas e a comida vai chegando aos pouquinhos. Começámos com covilhetes, seguiram-se pataniscas, salada caprese, cogumelos salteados, tábua de enchidos, pica-pau e, por fim, uma rica tábua de queijos. Por uma vez, consegui jantar sossegada (mas não imaculada, visto que a minha filha me sujou toda), comi de tudo, convivi com os amigos e a minha filha não fez birras porque se manteve ocupada. Também recorri ao telemóvel para isso e o Cais da Villa até disponibiliza wifi, coisa que não encontrei noutros restaurantes do género.
No Cais da Villa temos acesso a uma experiência gastronómica de excelência e não precisamos de prescindir da presença dos filhotes. A repetir muitas vezes este verão.





7.7.16

Medo de fazer cocó

A minha filha sempre foi um pouco obstipada. O facto de não ter sido amamentada teve esta consequência gravíssima. Toda eu me espremia para extrair mais um pouquinho do meu leite, mas aos 2 meses acabou-se. Logo aí mostrou dificildades em fazer cocó e tínhamos que ajudar com Bebegel. Se não fizesse cocó um dia, no dia seguinte era mil vezes pior e doloroso.
Quando começou a diversificação alimentar, as coisas melhoraram um pouco. A ingestão de fibras aliviou um pouco a coisa e o bebegel era usado muito raramente. A minha filha sempre bebeu imensa água, comia bem a sopa e frutas, por isso o problema ficou sempre mais ou menos controlado. No entanto, sempre que não fazia num determinado dia, tornava-se muito difícil a evacuação no dia seguinte. E começava a ter medo, claro. Eu debatia-me com a tentativa de deixar a natureza funcionar livremente e impedir que a minha filha sofresse desnecessariamente. Portanto, eu esperava que ela fizesse cocó sozinha, no máximo, um dia e meio. Caso contrário, entrava em acção o bebegel.
Nos últimos tempos, a coisa piorou. A alimentação mantém-se a mesma: come sempre sopa, come fruta, bebe imensa água. O cocó dela é duro, seco e feito de bolinhas todas juntas. Como podem imaginar, é muito difícil expelir isto. E doloroso. Não sei como seria se ela não comesse bem e não bebesse tanta água!
Para evitar o uso de bebegel com tanta frequência (apesar de a pediatra me ter dito que não havia grande problema), experientei um Xarope de Maçãs Reinetas. Demorou uns dias a fazer efeito, mas depois até resultou. Entretanto, já nem isso resultou. Segundo pude perceber através de uma pesquisa, as crianças e bebés, com o medo de fazer cocó, provocam eles próprios a obstipação, simplesmente porque não fazem cocó quando têm vontade. Deve ser o que acontece com a minha menina. Sempre que lhe pergunto se quer fazer cocó, diz que não. E para lhe aplicar o bebegel também já se torna complicado porque ela resiste muito.
Vou ter mesmo que ir à pediatra com ela esta e tentar outra abordagem que evite consequências maiores.

6.7.16

Os terríveis 2 anos

A minha filha foi um bebé que não chorava. Quando tinha fome, fazia uns sons, mas nada de chorar. Era uma doçura de bebé. Foi crescendo e manteve-se sempre bem-disposta e feliz. Ao aproximar-se dos 2 anos, parecia que tinha entrado na adolescência. E é assim que é chamada esta fase: a adolescência da infância ou a terrível crise dos 2 anos.



Antes de mais nada, esta fase dos "terrible twos" é normal e é saudável! Nesta fase, inicia-se uma luta interior entre a dependência dos pais e a sua vontade de ser independente. Por isso, é que ora estão carentes a pedir colo e logo a seguir saem a correr. Estão a passar por imensas alterações a todos os níveis. O vocabulário está a crescer, já conseguem fazer imensas coisas sozinhos e começam a perceber que há regras a cumprir. O pior é que, apesar de quererem, não conseguem exprimir tudo o que querem, nem ser tão autónomos como desejariam e isso origina a frustração, o mau comportamento e as tão temidas birras.


É normal que nesta altura se perca a paciência, mas é melhor manter a calma. Quando uma crise se estiver a iniciar, é melhor distrair a criança ou ignorá-la. Se estiverem em público, levá-la para outro lado sem discussão ou barulho. O ideal é também evitar situações especiais, tais como fazer actividade na altura da sesta. É natural que estejam mais sensíveis. Temos que aceitar e respeitar esta fase, demonstrar-lhe todo o nosso amor e atravessar esta tempestade com confiança.


Adorei saber que esta fase é muito positiva e enriquecedora:

1. São líderes.
Como eles acham que sabem sempre o que querem, devemos sempre que possível encorajá-los a fazer escolhar, dar-lhes opções.

2. São criativos.
Ainda ontem a minha filha deixou a sua criatividade no chão da sala, pintada a caneta de acetato. O ideal é dar-lhes espaço e liberdade para expressarem a criatividade, em vez de os proibir e limitar.

3. São aventureiros.
Muitas vezes, esta sede por aventura pode ser perigosa. Gostam de trepar para cima de tudo e não conhecem obstáculos. Mais, uma vez, é melhor criar condições para poderem aventurar-se. É deixá-los mais à vontade, mas sempre com segurança.

4. São ajudantes.
Esta sede de autonomia pode muito bem ser útil em casa. A minha filha adora ajudar, apesar de quase sempre atrapalhar mais do que ajuda. Mas certamente há alguma pequena tarefa que podem começar a fazer.

5. Vivem o momento.
Por isso, são tão mais felizes do que nós. Não pensam no passado, nem antecipam o futuro. A boa notícia é que, mesmo quando fazem a tal birra, passado uns minutos já passou.

6. São seres com emoções.
É certo que ainda estão a aprender a controlá-las, mas têm-nas e expressam-nas, coisa que falta a muitos adultos. Revelar emoções é extremamente saudável.

7. São excelentes alunos.
São verdadeiras esponjas absorventes. Os pais devem expôr os filhos ao conhecimento e verão como eles aprendem tudo. E podem aprender em qualquer tipo de experiência ou situação.

8. Vêem o melhor nas pessoas.
Eles confiam e sorriem a toda a gente. Só temos que aprender com eles.

9. São felizes com a mínima coisa.
É muito fácil fazer uma criança feliz e pouco tem a ver com ter coisas. Passem tempo com os vossos filhos e verão como eles são felizes só com isso.

10. Amam os pais.
Não há coisa melhor no mundo. Só temos que lhes devolver esse amor e eles são imensamente felizes.


5.7.16

Água de gengibre e limão



Nestes últimos dias, tenho preparado uma água de gengibre e limão deliciosa. É muito simples e rápida de fazer e tem imensos benefícios. É ideal para nos hidratarmos nestes dias de calor.

Para cada litro de água, cortar 4 rodelas de gengibre. Pode também raspar-se um pouco de gengibre para ficar mais concentrado. Coloquei apenas umas rodelas de limão. Não espremi porque, como não ia beber tudo de uma vez, podia azedar. O sabor é muito suave e não precisa de adicionar açúcar. 

Com esta água estamos a acelerar o metabolismo, dado que o gengibre é termogénico, para além de ser um antioxidante natural e proteger o sistema imunitário. 

4.7.16

Não sou blogger

O meu blogue nasceu no dia em que fiz um teste de gravidez positivo. Não foi algo que tivesse programado, não foi um projecto pensado, não foi um convite. Foi absolutamente espontâneo. Precisava de desabafar o que estava a sentir e, ainda assim, acho que não consegui. Abri o blogue e comecei a escrever. Mas não há palavras suficientes que possam traduzir o carrossel de emoções que senti. E, sim, foram sensações muito opostas. Apesar de ser uma gravidez planeada, consegui sentir desespero, alegria, pânico, felicidade, medo...
Ora, eu digo que não sou blogger porque escrevo quando quero e quando posso. Durante a gravidez, conseguia escrever regularmente porque tinha mesmo vontade e tempo para falar sobre o que me ia acontecendo. Depois da filhota nascer, acabou-se a disponibilidade e o blogue não estava no top das prioridades. Precisamente porque não sou blogger. Se fosse blogger que remédio tinha eu senão vir para aqui encher chouriços. O público espera novidades. No nosso caso, estamos à vontade. Ninguém nos conhece e não me parece que alguém nos queira conhecer muito. Na verdade, ao fim de quase 3 anos de blogue só fui reconhecida duas vezes. Uma vez foi numa clínica, enquanto esperávamos pela consulta de pediatria da Maria Victória, tinha ela 1 ano. Chegou um carrinho e lá foi ela a correr falar com a bebé. Diz a mãe: "É a Maria Victória!" E eu, meio desconfiada e, perguntei de onde a conhecia. Era do blogue. A outra vez foi pouco depois, numa esplanada aqui perto de casa. A Maria Victória foi meter-se com duas jovens que estavam noutra mesa. Uma delas perguntou se era a Maria Victória. E disse que seguia o blogue. Achei estranho pela faixa etária. Eu com aquela idade não tinha qualquer interesse em gravidezes e crianças. Fora estas duas situações, nunca o meu blogue ou a minha filha me foram mencionados. Muito menos eu. Porque não sou uma blogger. Também ajuda o facto de vivermos em Trás-os-Montes. Já fomos convidadas para ir eventos, já nos ofereceram experiências, mas não em Vila Real. Eu gostava bastante de aceitar, mas não vou deixar o trabalho e mudar as rotinas da minha filha para ir a Lisboa. Outro aspecto que me afasta das bloggers tradicionais (e, felizmente, também isso está a mudar) é o facto de sermos pessoas normais, com problemas que toda a gente tem. Deve ser por aí que as pessoas mais se ligam a nós. Não pelo exemplo, mas pela proximidade. Temos as mesmas dúvidas, as mesmas ansiedades, provavelmente os mesmos objectivos diários: conseguir equilibrar a profissão, os filhos, a casa, a família... Acredito que as outras bloggers também tenham estes problemas, mas a vida delas é outra. Só pode! Assim que chega o calor é vê-las e às crianças de hotel em hotel, todos os dias com roupas novas, brancas e imaculadas. Também acredito que deve ser uma canseira andar à mercê de marcas e publicidade. A independência paga-se caro e devem ser bem pagas para isso. Não tenho absolutamente nada contra. Se eu tivesse uma marca também recorreria a bloggers devido à imensa visibilidade que têm. Mostram-nos as suas casas sempre impecáveis, quartos de criança de sonho, sempre com os brinquedos mais lindos... Por isso é que não sou blogger. Tenho a casa sempre em modo caos. Está cheia de tralha, sempre desarrumada, muito desarrumada e, muitas vezes, suja. Tenho 2 gatos e uma filha de 2 anos que se encarregam de o fazer. Ok, eu também ajudo porque organização não é comigo. Claro já cortei fotos porque estava qualquer coisa ao fundo que não devia estar. Porque não sou blogger. As bloggers têm fotógrafos profissionais, os backgrounds mais apropriados, onde tudo é pensado, as roupas e acessórios com as últimas tendências. É a apologia do belo. Claro que é preferível ir ao instagram ver fotos bonitas em vez de réplicas do que temos em casa. Ninguém vai postar uma foto das sobras de panados com arroz de feijão. Todos nós gostamos de ver aquela salada colorida ou prato de sushi. 
Por tudo isto não sou blogger. Feliz ou infelizmente. Gosto de escrever e é isso que vou continuar a fazer. Vou continuar a arrumar o sofa antes de tirar uma foto, vou continuar a falar do que me preocupa na maternidade e partilhar o que me apaixona.