21.8.15

O sono dos bebés - o método Maria Victória

A minha princesinha nasceu há 16 meses e, desde então, nunca mais dormi em condições. Aliás, isto começou antes dela nascer, com as idas nocturnas à casa de banho para fazer xixi. Sei que não era muito complicado, comparado com outras mães, visto que no final só ia 2 ou 3 vezes. No entanto, era o suficiente para me interromper o sono. Logo eu que sempre adorei dormir e fazia questão de dormir muito. Deve ser um problema comum a muitas mães. A minha filha acorda 2 a 3 vezes por noite. E faz 3 sestas por dia. Agora que aprendeu a chorar para me chamar, usa essa arma descaradamente. Adormece entre as 21:30 e as 23:00. A partir da 1 da manhã começa o espectáculo. Ela chora. Aguardo uns 10 segundos para ver se é um sonho ou é a sério. Eu acho sempre que é a sério. Continua a chorar e intensifica o choro. Faço-lhe umas festinhas com ela ainda deitada. Não resulta. Pego nela e embalo-a. Não resulta. Chupeta. Não resulta. Dou-lhe água. Cala-se logo e costuma regressar ao sono. Passado 1 ou 2 horas, volta o choro. Festinhas. Colinho. Chupeta. Água. Já só se cala com o leite. Mas cala-se, é certo. E volta a dormir. Pode voltar a acordar e bebe mais um pouco de leite ou água. Com tanto líquido que ingere, a fralda fica muito cheia. Toca a mudar fraldas durante a noite, sempre com ela já a dormir e às escuras. Desenvolvi uma técnica especial. Entretanto amanhece, acorda super bem-disposta e cheia de energia. E eu... Podem imaginar... Ao fim de 16 meses nisto, tenho mesmo que tomar medidas rápidas. Eu não me importava de continuar sem dormir se não tivesse um trabalho diário muito exigente. Mesmo assim, quem não trabalha fora de casa também precisa de dormir, não? Eu preciso de dormir, preciso de ir ao ginásio, preciso de andar bem para cuidar da minha filhota. Dei início a uma guerra contra o mau sono! Aqueles programas de 10 dias e 5 dias que se vêem por aí, até com livros editados, assustam-me muito! Não quero mesmo ir por aí. Como é que um programa pode ser eficaz em bebés diferentes. Só mesmo à força. Vou fazer como sempre fiz e ver o que a minha filha me está a tentar dizer. Talvez esta até nem seja a melhor altura para o tentar porque estamos em casa da minha mãe e as rotinas são um pouco diferentes. Mas a mãe e a filha são as mesmas, por isso, vamos a isso! Comecei hoje! A noite passada, a Mia adormeceu por volta das 22:30. Tem sido muito difícil adormecê-la. Primeiro no colo, agita-se muito, depois na cama é o mesmo, até que adormece. Ou seja, o que eu acho que ela nos quer dizer é que a estamos a forçar a dormir antes do tempo. Mesmo estando ela a dar sinais de sono há algum tempo, não devíamos acelerar esse processo. Depois, acordou às 2, às 3 e às 6 da manhã. Dormiu até às 10 da manhã, o que não é nada habitual. Tem acordado entre as 8 e as 9. Como acordou mais tarde, tentei entretê-la o mais possível para evitar a sesta da manhã. Não mostrou sinais de sono. Em vez de almoçar à 1 como é habitual, antecipou-se a refeição para o meio-dia. Correu tudo muito bem. Não estava cansada, nem apresentou sinais impaciência. Antes das 2 da tarde já estava a fazer a sua sesta. Sempre pensei que fosse dormir umas 2 horas. Meia hora mais tarde choramingou, mas com umas festinhas regressou ao sono. Acordou em definitivo 1h15m depois de ter adormecido. Lanchou e esteve muito bem todo o dia. Num dia normal teria dormido a sua terceira sesta por volta das 6, antes do jantar. Hoje, não dormiu a primeira sesta, nem a terceira. Não me mostrou que tinha sono, logo não foi dormir. Muitas vezes, admito, dá-nos jeito que os bebés durmam para que nós possamos também descansar um pouco, ou fazer qualquer coisa em casa, mas não pode ser. Jantou muito bem às 19:15 e brincou bastante depois do jantar. Escolhemos brincadeiras mais relaxantes, com livros, e o sono chegou às 22:15. Foi muito rápido. Ou seja, não foi preciso embalar e passear e choros e gritos. Enquanto escrevo este texto, ela dorme. Já choramingou um pouco e fui dar com ela virada ao contrário na cama. Coloquei-a novamente com a cabeça para cima, dei-lhe uma chupeta e ficou bem. Ora, ainda não é meia-noite e até estou com medo do que me espera. Gostava de confirmar a minha teoria. Eu acho que a minha filha até não dorme muito durante o dia, mas faz sestas a mais. A meia hora ou 45 minutos que dura cada sesta deveriam estar concentrados numa só. Aliás, foi isso que ela me transmitiu hoje. Fiz só o que ela pediu. Adorava poder acordar só amanhã de manhã e dizer que isto está a resultar. Amanhã saberemos. De qualquer forma, sei que estas coisas do sono demoram o seu tempo e não há soluções imediatas. Este é o método da Maria Victória. Não quero deixá-la a chorar durante a noite, nem com sede ou fome, ou com a fralda molhada só porque eu preciso de dormir. Preciso de dormir, é um facto, mas a minha filha está em primeiro lugar. Sempre. Isto vai ser feito ao seu ritmo. Boas noites para todos! Amanhã trago novidades.

19.8.15

3 regras de ouro para termos crianças felizes

True Humanist dá-nos 3 ideias muito simples para termos crianças de todas as idades felizes.



1. As crianças precisam de um mínimo de 8 toques durante o dia para se sentirem ligados aos pais. Ou 12, se for uma altura complicada. 8 ou 12 gestos de afecto parece-me tão pouco. Eu nem sequer consigo contabilizar todas as vezes que abraço e beijo a minha filhota por dia.

2. As crianças precisam de uma conversa olhos nos olhos com os seus pais, todos os dias. Mesmo com bebés, é importante olhá-los nos olhos. Acredito que com o ritmo de vida de muitos pais isso seja cada vez mais complicado. Estamos longe do pai da minha folha há 2 semanas, mas fazemos questão que ele converse com ela (através do FaceTime) todos os dias e várias vezes ao dia. É uma forma de ela ter o pai presente no seu dia-a-dia.

3. Há 9 minutos durante o dia que têm o maior impacto numa criança: os 3 primeiros minutos depois de acordarem; os 3 primeiros minutos depois de chegarem da escola; os 3 últimos minutos antes de irem para a cama. Temos que tornar esses momentos especiais e fazer as nossas crianças sentirem-se amadas.



Se é assim tão simples como parece, não custa nada pormos em prática estas sugestões.



18.8.15

16 meses

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O amor da minha vida não pára de crescer. Agora parece que tem 16 meses. Sempre pensei que as crianças que são datadas por meses fossem uns bebés totalmente dependentes, que não andassem, não falassem, que continuassem a mamar em exclusivo e andassem sempre no colinho da mamã. A minha ainda é um bebé, é certo, mas já é muito mais do que um bebé. Não só anda, como corre e ninguém a apanha porque nos apanha de surpresa. Muitas vezes, enquanto tento mudar-lhe a fralda em cima da cama, roda sobre si mesma e desata a correr (sem fralda!) como se fosse salvar o mundo. E ainda faz troça! Já fala imenso. Está na fase de repetir o que dizemos e acredito que ainda vá piorar. As palavras preferidas dela são: mamã, papá/papi, vovó. Chama imenso por nós o dia todo. Chama Bóbi ao nosso Bóris, e já pede água e pão. Às vezes tem monólogos imperceptíveis. Deve estar a falar com o amigo imaginário. Troca tudo de lugar. Agora estamos na casa da minha mãe e a casa está em estado de sítio, tal como a nossa. Desaparecem coisas que vão aparecer mais tarde em lugares impensáveis. O contrário também acontece. Abre gavetas e armários e tira de lá o que lhe apetece. Normalmente, coisas afiadas e perigosas. Esta filhinha não teve o privilégio de ser amamentada. Foi-o só até aos 2 meses. Tenho a certeza absoluta que se eu amamentasse, ela ainda ia mamar imenso, como convém. Mas come bem, o que já é um descanso. Adora comer da nossa comida e isso faz com que nos esforcemos para comermos de forma mais saudável. O mais notável em termos de alimentação é mesmo a quantidade de água que bebe por dia. Está sempre com vontade de beber mais um bocadinho e depois do leite tem que beber sempre água. Este bebé de 16 meses mostra a língua com uma classe notável. E os dentes. Exibe orgulhosamente os seus 12 dentinhos que foram aparecendo sem febres ou grandes incómodos. Só dá beijos quando quer, preferencialmente ao papá. Mas hoje deu-me um beijinho na cara tão querido... Adora dançar! Basta ouvir um sonzinho e trata logo de mexer as pernocas ao ritmo da música. Acho que prefere música "pimba", mas hoje dançou ao som de Rui Veloso e fiquei mais aliviada. Li algures que os bebés só são bebés até aos 2 anos. Depois passam a ser crianças. O pediatra que a viu este mês disse que tinha que deixar de andar com ela ao colo, deixar de dormir com ela, tirá-la do nosso quarto, etc., etc... porque ela já não é um bebé. Às vezes, já me parece uma criança e grande, mas eu tenho um Bebé. Basta olhar para ela quando eu me afasto, quando cai e se magoa e grita "mamã", quando tem soninho e procura o meu colo. E quando está no meu colo é como se voltasse para a minha barriga. E vou aproveitar todos esses momentos ao máximo. Ela dorme na sua cama, mas adoro dormir com ela sempre que se proporciona. Vou dar-lhe colo até que as minhas costas o permitam. Um dia destes tenho uma adolescente de 16 anos em casa e vou sentir saudades do bebé de 16 meses. Sei que também vou gostar de conhecer essa adolescente, mas quero aproveitar o bebé que ainda tenho. E que saudades já sinto do bebé que ela já foi...

20.7.15

15 meses de bichinha

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Há 2 dias celebrámos os 15 meses da minha mais-que-tudo. Isto tem sido uma aventura tão intensa que o tempo para escrever sobre ela escasseia. Quando penso em 15 meses, parece pouco tempo, ela é ainda um bebé de pouco mais de 1 ano. Por outro lado, parece que este amor sempre fez parte da minha vida, que esteve sempre aqui. Nestes poucos meses cresceu imenso, já faz imensas coisas. O que eu associo mais imediatamente a estes 15 meses é o miminho que ela tem por mim. Nas últimas semanas fica sempre muito triste quando me deixa, mesmo quando saio da sala e vou para a cozinha, choraminga, pede colinho, encosta a cabeça no meu ombro e diz "mamã", fica com ciúmes quando o papá me abraça. Parte-me o coração vê-la assim. Entretanto, nasceram-lhe os pré-molares de baixo e os de cima já estão a rasgar. Aproveito, enquanto lhe faço cócegas e ela ri a bandeiras despregadas, para lhe inspeccionar a boca. De outra forma é impossível, pois ela morde. E mostra os dentinhos da frente e a língua, quando lhe peço. Tenho mesmo é que a filmar a pôr música na sua mesa de actividades da Chicco e a dançar. A música acaba e ela volta a ligar e dança de novo. Temos DJ à vista. Está na fase de abrir todas as portas e gavetas de casa. O quarto dela está sempre desarrumado, com a roupa toda espalhada. Adora tirá-la das gavetas e jogá-la no chão. A outra obsessão são os gatos, Tonicha e Joaquim. Persegue-os, ri à gargalhada quando os vê, mas eles ligam-lhe pouco. Adora espiá-los quando estão na caixa de areia fechada e abre a portinha para os espreitar. Corre pela casa toda, transfere brinquedos e tudo o que apanha de um lado para o outro. A casa está permanentemente desarrumada. Já deixei de me preocupar. A casa só está limpa e arrumada no dia em que a D. Constância vem cá a casa, ou seja um dia por semana. Não consigo acompanhar o ritmo da Mia. Mesmo que ela não desarrumasse nada, não teria tempo para voltar a arrumar. Simplesmente, não dá! Entre trabalho e Dra. Mia, não sobra tempo para mais nada. Nem mesmo para o blogue. Infelizmente, ou felizmente, as longas horas de trabalho fazem com que todo o tempinho que tenho livre seja dedicado à minha princesinha. Penso nela o dia todo. Os brinquedos espalhados pela casa, os canais de cartoons, os cheiros da roupa, tudo me faz lembrar a minha bichinha e chego a ficar revoltada por ter de trabalhar e isso me privar dela. Já estou com saudades dela. Vou espreitá-la a cama. :)

5.7.15

O primeiro pré-molar

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Foi vislumbrado o 9º dentinho, um pré-molar. Não é muito fácil explorar a boca da Maria Victória, já que se a apanha um dedo a jeito é dentada na certa. Consegui vê-lo enquanto ela reclamava de qualquer coisa, berrando de boca aberta. Até pode ser que tenha por lá mais dentes, mas não consegui ver. Pela imagem, está tudo a bater certo. Estamos nos 14 meses e nasceu o primeiro dos pré-molares.

O chão que ela pisa

Há umas duas semanas atrás, Sua Alteza Real Maria Victória resolveu derrubar o único vaso que há lá em casa, sentou-se e levou a terra à boca. Tudo isto em menos de 20 segundos. Esta semana, fomos passar uns dias a Vila do Conde porque o pai teve 3 dias de folga. Eu é que não tenho folgas e tive que trabalhar na mesma. Mais tudo o resto. Já tínhamos passeado com ela à beira-mar noutras ocasiões, mas nunca tinha havido a oportunidade de a levar ao areal. E aconteceu uma situação que nunca imaginei que acontecesse. Tirei-lhe as sandálias e verifiquei se a areia não estaria muito quente. Não estava, bem pelo contrário. Estava bem fresquinho. Assim que lhe ponho os pezinhos na areia, eles começam a afundar e ela fica muito aflita e desata a chorar. Mexi na areia, tentei brincar com ela e foi ainda pior. Voltei a pô-la no colo e fui até à zona de rebentação. Pensei que na areia molhada, mais compacta, a água a bater na areia as coisas fossem melhorar, mas não melhoraram. Presenteou-me com um novo som, "mimimi", e já deu para perceber que era um pedido de socorro. Peguei logo nela ao colo e fomos até uma esplanada de praia. Transformou-se de imediato. Correu as mesas todas, meteu-se com as pessoas e andava por ali de um lado para o outro. Assim que se aproximou do fim daquele soalho ou deck da esplanada e viu novamente areia, pediu-me colo e choramingou. Decididamente, era mesmo um problema com a areia. Quando fomos para casa e contei ao pai, começou logo com acusações de que era eu que já a estava a influenciar negativamente (não gosto muito de areia e, quando estou no litoral, prefiro sempre ficar na piscina do hotel) e ia pôr a menina cheia de medos, como eu, etc., etc. Ficou combinado que no dia seguinte iríamos todos. Acham que foi diferente? Claro que não. Nem com toalha na areia, nem com todos os brinquedos, nem com o pai... A minha princesa fica mesmo assustada com a areia, chora e só pede que a ajudem "mimimi mimimi". Por acaso, tivemos de vir embora ontem e não deu para experimentar outras abordagens, o que me deixa triste. Preocupa-me que não goste de areia, nem de estar perto do mar. Depois do episódio do vaso, sempre pensei que ela fosse tentar comer areia. Sempre imaginei que ela não quisesse sair da praia, que quisesse ir à água, todas essas coisas que habitualmente as crianças gostam. Ela adora água e adora tomar banho e chapinhar na água. Espero que da próxima vez ela consiga perceber que, apesar da imensidão daquele chão amarelo e movediço, a beira-mar é um dos melhores sítios onde ela pode estar.