19.9.13

Toxoplasmose e os gatos





Os meus gatos entraram na minha vida há, mais ou menos, 3 anos. Sempre tive animais em casa e, quando me casei, senti falta dessa companhia. Achei melhor termos gatos porque a adaptação à nossa casa e rotinas seria mais fácil.

Inicialmente, só estava previsto trazermos um gatinho, o da direita, o Joaquim. Era bonito, pêlo clarinho, olhos azuis. Lindo! Mas quando fomos conhecer a ninhada, estavam todos escolhidos menos a menina da esquerda, a Tonicha. Era a mais feiinha da ninhada, mais pequenina e assustada. O meu marido criou de imediato uma empatia com a bichinha (ainda não sabíamos o que era) e não conseguimos deixá-la lá, sem destino. Trouxemos os dois e foi a melhor coisa que fizemos.

Estes meninos são o centro da nossa vida. Abdicamos de muitas coisas, com prazer, por eles. São uma óptima companhia, e não me largam. Seguem-me para todo o lado. ADORO-OS!!

Agora que estou grávida, o raio da Toxoplasmose paira no ar...  Não sou imune. As pessoas assustam-me imenso e até a minha primeira médica me disse para tirar os gatos de casa. Fiquei chocada. Quanta falta de informação... A única certeza que tenho é que os gatinhos não vão sair daqui.

Factos:

- Apenas 1% dos gatinhos transmite a toxoplasmose e, para isso, eles precisam estar doentes e, principalmente, na fase de eliminação dos oocistos (“ovinhos” do toxoplasma).
- O gatinho contrai o toxoplasma quando come carne crua ou mal passada ou, ainda, se ele comer insetos, ratos, lagartixas que contenham cistos do protozoário. Ou seja, se os gatos não vão à rua (como os meus), muito dificilmente contraem toxoplasmose.
-  Geralmente, o gato que contraiu toxoplasmose, irá eliminar os oocistos apenas uma única vez e por apenas 15 dias durante toda a sua vida. Esta eliminação ocorre 10 dias após o gatinho ter sido infectado. Para que nos contaminemos com o toxoplasma, precisamos que as fezes do gato tenham contacto com a nossa boca.
- As fezes do gato infectado precisam ter contacto com a sua boca mais de 48 horas que o gato tenha defecado, caso contrário, os “ovinhos não germinam” e o ciclo não se completa.

A areia dos meus gatos é limpa diariamente. Isso não falha cá em casa. Logo acho que é quase impossível que eu contraia a toxoplasmose. Sou eu própria que limpo a areia dos meus gatos porque o meu marido não está em casa. Como é óbvio não vou chamar alguém cá a casa para limpar a areia dos gatinhos. Muito raramente estou em contacto com a areia (para isso é que há pás) e lavo as mãos após a limpeza. Como sempre fiz. Não é porque estou grávida que sou mais asseada.

Uma vez li uma coisa engraçada: A CULPA NÃO É DO GATO! Se o seu médico mandar livrar-se dos bichos, livre-se do médico.

Resumindo, os meus meninos não vão sair de casa e não vou deixar de lhes fazer festinhas. Há que haver cuidado com as limpezas, claro, mas nada mais.

18.9.13

Mudei de médico

A minha médica também está grávida. Descobri mesmo antes de ir à consulta das 5 semanas.

Ela não me disse nada, mas acho que devia tê-lo feito, até porque a gravidez dela está mais evoluída do que a minha e há-de chegar um ponto em que não me poderá acompanhar.

Hoje tomei a decisão de marcar noutro médico. É muito mais experiente e especialista em ecografias. Acho que é isso que se quer, não é? O inconveniente é que ele não tem acordo com o meu seguro. Mesmo assim, não será muito grave.

Vamos ver como corre...

17.9.13

6 semanas

Para quem não sabe, nunca diria que estou grávida. O meu corpo não sofreu quaisquer alterações, a não ser no peito. Nem sei se está maior, porque continuo a usar os mesmos soutiens. Mas dói tanto!!! Para além disso, o que me afecta mais é mesmo o sono. Estou sem energia e durmo imenso. Aliás, estou sempre com sono. Felizmente, trabalho em casa e, de vez em quando, lá faço uma sesta.

Nesta altura, as células do embrião estão a dividir-se a uma velocidade furiosa. Deve ser por isso que tenho tantas dores de barriga (semelhantes às dores mentruais). Há imensa coisa a acontecer! :)

 Ao longo desta semana, vão ganhando forma o nariz, a boca e as orelhinhas. Os olhinhos parecem uns pontinhos negros. O coração, que já batia pelo menos há uma semana atrás, bate 100 a 160 vezes por minuto, e o sangue começa a percorrer o corpinho que se está a formar. Os intestinos estão a ganhar forma, assim como o tecido que irá dar origem aos pulmões. A glândula pituitária, o cérebro, músculos e ossos também se começam a desenvolver. É mais ou menos assim:




Neste momento, o meu bebé é do tamanho de uma lentilha.
Pregnancy at 6 Weeks

16.9.13

A primeira ecografia - 5 semanas e meia

Na sexta-feira, fui à tão esperada primeira consulta. A minha mãe acompanhou-me, pois o marido ainda está a trabalhar longe de casa.
Conversei um bocadinho com a médica. Estava lá a enfermeira do costume e mais uma menina, que não sei o que fazia lá. Too many people.
Ficou surpreendida por não ter continuado com o ácido fólico, mas foi ela que não me disse nada.
A médica é bastante jovem. Se, por um lado, me agrada a forma como fala comigo, explica-me tudo, por outro, tenho medo que cientificamente lhe falte qualquer coisa. Para agravar a situação, a doutora está grávida, logo muito é inevitável que não me acompanhe até ao final da gravidez...
Depois da conversa, recolhemos uma amostra de urina e quis fazer um teste de Papanicolau porque já não fazia há um ano. Foi mais doloroso do que o habitual e saiu bastante sangue.
Passámos depois à ecografia... Disse que estava tudo bem, tendo em conta a fase em que nos encontramos. Consegui ver o coraçãozinho e os batimentos cardíacos. Era tudo muito pequenino. Não me emocionei muito, mas caiu uma lágrima pelo canto do olho. Eu tentei controlar as minhas emoções perante o pessoal clínico, mas pelos vistos não controlei nada.
Pronto, agora tenho que fazer análises ao sangue, ir conversar com ela às 10 semanas e depois fazer outra ecografia, logo a seguir.

Receios:

- a gravidez/inexperiência da médica;
- a minha idade. Fiz 35 anos em Agosto;
- o que a próxima ecografia possa revelar (eventuais malformações);
- a precocidade da minha gravidez e possível interrupção

As fotografias:






12.9.13

Ácido Fólico

Ainda não fui confirmar a gravidez com uma ecografia. A consulta está marcada para sexta-feira e estou numa pilha de nervos.

Em conversa num chat para mães/grávidas e "tentantes" (ora aqui está uma palavra nova para mim. Só me dá vontade de rir, mas pronto...), descobri que preciso de estar a tomar ácico fólico, sobretudo neste primeiro trimestre. Eu sabia disso, mas achava que já estava protegida.

Tudo começou em Fevereiro, quando fui à minha médica saber como eu estava e preparar-me para engravidar. Ora, como antes tinha feita a vacina para o Cancro do Colo do Útero, achámos melhor deixar passar mais uns meses até parar de tomar a pílula, para não haver conflitos.

Sugeriu que começasse no imediatamente a tomar ácido fólico (Folicil), mesmo só tentando engravidar a partir de Abril. A caixa tem 60 comprimidos, deu para 2 meses. Não me deu mais instruções nehumas. Só disse que quando suspeitasse que estava grávida, fizesse um teste e, caso estivesse positivo, que a procurasse. Foi o que fiz.

Agora estou a pensar que para aí desde Junho que não tomo ácido fólico e devia estar a tomar. A médica deve ter pensado que eu ia engravidar logo. Será? Ou será que o ácido fólico tem efeito prolongado?

Pelo sim, pelo não, fui hoje à farmácia e comecei já a tomar esse reforço. Vamos ver o que a senhora (estou a insultá-la em pensamento) tem para me dizer.

11.9.13

O marido stressado

Bem sei que a gravidez é muito precoce e tudo ainda pode acontecer, mas podemos falar do assunto, ou não? O meu marido, nesta altura, diz que já está farto de me ouvir, que não tenho outro assunto e que não aguenta mais.

O meu marido sempre quis ter filhos. Aliás, o sonho dele é ter 20 filhos, espalhar a sua semente pelo mundo. Por outro lado, eu nunca tive dessas ambições. Acho que um filho está bem. Talvez dois, se a experiência for muito boa.

Quando resolvi parar de tomar a pílula, embarcámos nesta viagem, deixando Deus decidir o seu rumo. Nunca houve ansiedade, até porque, mesmo que não engravidasse, estava tudo bem (?).

Temos uma situação financeira bastante confortável, apesar de instável. Nada que não impeça trazer um filho ao mundo.

Agora, sempre que quero partilhar alguma ansiedade ou mesmo novidade com o meu marido, diz que não quer ouvir porque ainda é prematuro e que só se vai preocupar quando chegarmos aos 3 meses.

Eu posso tentar compreender a sua reacção porque uma das nossas amigas mais próximas teve 2 gravidezes que não evoluíram. E havia expectativas, e nomes, e planos, e depois foi tudo por água abaixo. Como acompanhámos de perto essa experiência tão traumática, acho que se está a tentar proteger. Mas, então, e eu? Devo fazer o mesmo? Como é que uma mãe se protege? Como é que me abstraio do bebé que o teste de gravidez diz que eu tenho na barriga? Já não consigo!

Da minha parte, não comprei nada, não vou comprar nada, não penso em meninos ou meninas, não penso no quarto do bebé e faço os possíveis para não pensar no parto. Esta parte ainda não consigo controlar, por mais que tente. :D

Ouvi dizer uma vez que os homens só se sentem pais quando vêem a criança. Não sei se vou aguentar a indiferença até lá. Para já, o que o meu marido pensa é nas noites em que não vai poder sair, os carros que não vai poder comprar, as viagens que não vai poder fazer. Sendo muito honesta, também penso nisso, mas há algo superior - um filho.

Nós somos absolutamente loucos pelos nossos gatos. Creio que com um filho será incomparavelmente melhor. Eu já sei isso. Será que um homem precisa de 9 meses para perceber isso?