7.4.16

Os blogues e os grupos de mães

Criei este blogue no dia em que soube que ia ser mãe. Precisei de escrever sobre o turbilhão de emoções que estava a sentir nesse dia e nos outros dias que se seguiram. Tinha tempo para isso.
A minha filha nasceu e tudo mudou. O tempo para o blogue também. Mudou também a minha perspectiva sobre tudo e, consequentemente, a minha opinião sobre muitos assuntos. Havia coisas que eu defendia e, depois de ser mãe, passei a defender o contrário. Também era muito crítica em ralação às mães e passei a ser muito mais tolerante com elas. Agora conseguia perceber melhor muitas atitudes. 
Descobri que havia grupos fechados no facebook para imensas coisas: amamentação, alimentação, sono, disciplina... Não percebia por que eram fechados, privados dos olhares exteriores. Hoje percebi. As mães não podem ter opiniões diferentes porque são logo atacadas pelas outras mães. Falando no respectivo grupo, em princípio, não haverá grandes críticas. Digo em princípio, porque, até aí, podem ser enxotadas para o grupo ao lado. Ai de alguém que pergunte sobre sopas no grupo da disciplina! Não sou muito activa em nenhum dos grupos que frequento, mas gosto muito de ler as opiniões e experiências das mães. É mesmo enriquecedora essa partilha. E agora percebo porque as mães se fecham ali. Não têm que ser julgadas publicamente por defenderem isto ou aquilo. Ali todas pensam da mesma forma e podem falar abertamente. 
Nunca tive medo de dizer o que penso é muito menos agora. Uma mãe disse-me uma vez que achava louvável eu falar abertamente sobre ser contra o aborto, porque a maioria das pessoas não o faz por não ser politicamente correcto. A sério? Há gente que só vai à minha página fazer like nos comentários de quem me critica. Ainda assim, andam por ali. São todos bem-vindos. 
Hoje partilhei na minha página do facebook um texto escrito por outro pai, em que ele descrevia a receita dada por uma "especialista do sono" para a filha voltar a dormir 12 horas por dia. Não critiquei os pais porque eu, melhor do que muita gente, consigo avaliar o que é estar privado do sono por causa de um bebé. Sei que os pais procuram fazer o melhor para os seus filhos, mesmo quando não o fazem. E isto aplica-se a qualquer um de nós. Eu não sou excepção. Mas tenho uma opinião e disse que o que essa especialista do sono disse eram só disparates. Logo houve pessoas (2) que aproveitaram para dizer que eu era daquelas mães generalas que sabem tudo e criticam tudo. Eu critico é quem é assim, mas ok. Quem quiser ficar, seja bem-vindo, quem quiser ir para o blogue ao lado, faça favor. 

Isto é o que eu defendo, para que não haja mais dúvidas. Escusam de andar por aqui enganados: 

- contra o aborto. Com as devidas excepções que sempre estiveram previstas na lei, claro. 
- a favor da adopção por casais homossexuais, bissexuais, panssexuais, pretos, brancos, amarelos. O que importa é que haja amor e que amem a criança.
- a favor da amamentação até que o bebé queira. É verdade, eu não amamentei e só tive leite 2 meses. Muitos erros, muito cansaço, pouca orientação.)
- a favor da amamentação onde e quando o bebé quiser. Se uma mulher estiver com um grande decote está tudo bem e é bonito de se ver, se é uma mãe a alimentar o seu filho tem que se tapar ou ir para o carro?? 
- a favor do colo. Sempre. O contacto físico do bebé com a mãe ou pai é fundamental. A minha não me saiu do colo até aos 6/7 meses. A partir daí foi para os avós. Hoje, sempre que quer, aqui está o colinho para ela. 
- a favor do co-sleeping seguro, ou seja, o bebé dormir ao lado da mãe, num berço próprio para o efeito.
- contra a passagem prematura do bebé para o seu quarto. Não quero imaginar como um bebé se vai sentir ali, sozinho...
- a favor de tempo para os pais estarem com os filhos. Todo o tempo é pouco. E eles adoram estar connosco. Mas estar mesmo, a brincar, jogar, ler um livro...
- a favor de liberdade para as crianças, sem demasiadas preocupações com arrumações. No final, trata-se do assunto e arruma-se tudo. 
- a favor de um sono sem lágrimas. Travei grandes batalhas contra o sono intermitente da minha filha, mas ela nunca chorou. Ela é a prioridade. É complicado gerir o cansaço quando se trabalha a tempo inteiro, mas tudo se aguenta e é importante respeitar os ritmos de cada bebé.
- contra treinos de sono em bebés, com receitas iguais para todos. 
- a favor de uma disciplina positiva. Nada de berros e castigos (às vezes lá vai um berro, que a paciência também tem limites...). Um abraço e beijinhos são o melhor antídoto para as birras.
- a favor da prioridade ser a criança. Quanto a isto não há dúvidas. Muito li sobre a criança ter de se adaptar à vida que os pais já tinham. Nesse caso, a minha filha teria que ir jantar fora quase todos os dias e ir todas as noites para o café. Dormiria por volta da meia-noite. Para mim, isso acabou. Eu é que me adaptei às necessidades e rotinas dela. E vou fazer isto até que ela precise. 
- a favor de animais a conviver com as crianças. Só lhes faz bem! 

E é isto. Se alguém tiver alguma dúvida sobre algum assunto, podem perguntar que eu digo o que penso. 

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