3.5.15

Ser mãe

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A construção de uma mãe começa quando ainda se é apenas filha. É no saber ser-se filha que se vai aprendendo a ser mãe, mesmo antes de se ser. Eu já entendia muito da maternidade só de ser filha da minha mãe. Esta relação umbilical, que não se consegue ter com mais ninguém, é uma aprendizagem que não tem preço e que não se ensina explicitamente. A minha mãe pensa que me ensinou muito, mas na verdade ensinou-me muito mais. E ensinou-me muito mais do que eu sei agora. Ensinou-me coisas que só saberei mais tarde. Sou mãe há pouco mais de um ano, mas já vejo em mim muito da minha mãe. Será difícil equivaler-me a ela, mas tenho sempre presente a minha mãe quando olho para a minha filha. O colo que lhe dou é igual ao colo que a minha mãe me dá. A minha mãe perdeu a sua mãe ainda muito jovem, quando eu tinha poucos meses. E eu sei a importância que essa avozinha, que eu não cheguei a conhecer, tinha para a minha mãe. Cresci a ouvir falar dela, da pessoa fantástica que era, das saudades que deixou a todos os que a conheceram e, sobretudo, à minha mãe. Influenciou-me de tal forma que a minha filha herdou o seu nome. Somos todas uma herança dessa Victória. Apesar de nem sempre estar de acordo com a minha mãe, no essencial somos a mesma pessoa. Gostava de conseguir ser para a minha filha tudo o que a minha mãe é para mim: o exemplo de pessoa generosa e dedicada aos outros, honesta e genuína, mãe extremosa e incansável. Um feliz dia, Mãe.

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