11.2.14

A questão do peso


























Sempre tive algumas reservas relativamente a grávidas com excesso de peso. Aliás, eu ficava mesmo muito assustada. Também acho que devo acrescentar que não é só o excesso de peso nas grávidas que me assustava, mas toda a gravidez. Quando eu via uma grávida já em avançado estado, só conseguia pensar que ela devia estar imensamente desconfortável, com a pele toda esticada, os órgãos comprimidos, com dificuldades de locomoção e nem conseguia imaginar que tudo aquilo era porque estava um bebé lá dentro e que, provavelmente, a mãe não se sentia nada mal com isso. Era eu a olhá-las com pena e elas todas orgulhosas da sua barriga!

Pronto, isso era antes. Agora que estou grávida, mudei a minha perspectiva em relação a imensas coisas. Infelizmente, ainda não mudei muito relativamente ao excesso de peso, mas já mudei qualquer coisinha.

Quando eu descobri que estava grávida, já tinha perdido 2 kg. Não andava enjoada, nem deixei de comer, acho que foi o excesso de sono que me fez perder peso. Eu só dormia, até deixei o ginásio por falta de forças. Entretanto descobri que estava grávida e continuei a dormir até aos 3 meses. Em 5 meses, engordei 3 kg, mas no mês seguinte já estava com 5 kg a mais. Ou seja, num mês engordei 2 kg. Suspeito que a partir de agora vai ser sempre a abrir.

Eu só me peso no médico (também ajuda não ter pilhas na balança cá de casa). Não quero andar escrava da balança, nem quero ter de andar sempre a pensar nisso. Mas tambem não quero engordar. O problema é que engordar na gravidez é inevitável e saudável, desde que não seja exageradamente.

O meu conselho para as mães em início de gestação é que tenham cuidado nos primeiros meses. Nessa altura será mais fácil controlar o peso. Nos últimos meses, por muito que queiram, será inevitável engordar.

Eu sempre fui uma pessoa com tendência para engordar e a minha compleição física não ajuda muito. Tenho 1,70, mas sou volumosa, tenho peito e rabo. Vale-me que tenho (tinha) uma cinturinha afinada e isso criava alguma harmonia no meu corpo. Agora que a barriga cresceu, perdi a cinturinha e tinha receio que ficasse com ar de barril, tipo a Kim Kardashian. Também ajuda o facto de eu ser um bocadinho mais alta do que ela e não insistir em usar roupas impróprias para grávidas. A moça fazia questão de querer parecer sexy e, na minha humilde opinião, isso não resultou muito bem. Até nem acho que tenha engordado muito, mas não souber gerir muito bem a sua imagem. Acho que esteve em negação que estaria grávida... :)

Bom, o que me tem irritado grandemente nos últimos tempos é algumas bocas que tenho ouvido no meu grupo de amigos. Há uma certa insinuação de que estarei não muito magra, mas pouco gorda para a minha gestação. Enquanto ficava por aqui, tudo bem, mas quando começam a dizer que não alimento convenientemente a minha filha porque não tenho gordura suficiente no corpo, começo a ficar verdadeiramente irritada. Primeiro, estou a ser acompanhada por 2 médicos (o obstetra, no privado, e o médico de família) que me garantem que estou dentro do peso recomendado. Segundo, alimento-me muito bem; como legumes todos os dias, fruta, bebo muita água e cometo os meus pecados quando tenho muita vontade, logo não me parece que esteja a ser negligente. Em terceiro lugar, tenho a sorte de não estar a reter muitos líquidos. Não tenho as articulações, nem a cara inchada, o que me dá um ar mais ou menos igual ao que tinha antes de engravidar. Notem que o médico recomendou que deixasse o ginásio durante a gravidez, por isso não tenho grande actividade física. É só mesmo a minha filha que me ajuda a queimar calorias. :)

Também já ouvi que sou um mau exemplo para quem quer ou está grávida. Posso garantir-vos que não estou magra, simplesmente não estou muito gorda. No entanto, ainda me faltam 2 ou 3 meses e tudo pode mudar no último trimestre. Aliás, já está a mudar. Não creio que seja um mau exemplo, muito pelo contrário. Espero ser sempre um bom exemplo e espero que as hormonas me ajudem a ser um bom exemplo.

Só para que fique claro, conheço imensas mulheres que engordaram muito menos do que eu, que mantiveram a boa forma física e, mais importante ainda, se mantiveram saudáveis até ao fim. Se há bom exemplos, são esses. Mas fico feliz quando me dizem, como aconteceu este fim-de-semana, que pareço grávida de 5 meses e não de 7. :)

O que é que eu acho das grávidas que engordam um bocadinho mais? Pois, já fui muito dura com elas no passado e isso alterou-se um pouco. O que mais me preocupa, na verdade, é mesmo o motivo por que engordam, se é porque comem demasiado, porque comem mal e isso assusta-me. O bebé vai receber aquilo tudo e vai alimentar-se de gordura e açucar. Pior do que engordar, parece-me negligente para com o bebé e um risco para a saúde dos dois A diabetes e a tensão alta têm consequência gravíssimas. Depois, há aqueles casos em que a pessoa retem muitos líquidos, incham mais do que engordam. Penso que não haverá muito a fazer. É aguentar e esperar que passe.





Publiquei esta imagem no facebook há pouco tempo e muita gente ficou surpreendida com estes cálculos. Claro que isto é uma média e não deverá ser aplicado a todas as mulheres, mas dá para ficarmos com uma ideia das proporções. Vejam como é fácil ganhar peso, mesmo não engordando.



Deixo aqui algumas dicas para as mamãs que querem manter um peso aceitável e uma boa saúde. Não é necessário ficarem muito aflitas com a alimentação, basta haver alguma sensatez para comer 5 porções de frutas e legumes e variar nos restantes alimentos:



- Abusar das proteínas, presentes na carne (preferencialmente branca), peixe, ovos e grãos.
- Cálcio. Eu não bebo leite de vaca, por isso privilegio as verduras de folha verde escura, ricas em cálcio. Podem comer os derivados do leite, claro.
- As gorduras permitidas são as não saturadas, presentes nos frutos secos e no azeite. Não esquecer que há gordura noutros alimentos, como a carne e o leite. Convém não abusar.
- Apesar de o meu médico me ter indicado que reduzisse ao mínimo os hidratos de carbono, eu não o fiz. Preferi foi pão, massas, arroz e cereais integrais. Não custa nada comê-los, ajuda o intesntino e dá uma maior sensação de saciedade.
- Quando lhe apetecer um docinho, coma-o. Eu faço questão de comer mais à vontade ao fim-de-semana ou quando vou a alguma festa. Não vale a pena acrescentarmos stress.
- Beber 2 litros de água por dia.
- Comer de 2 em 2 horas. Certamente, vai comer menos às refeições.

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